Todos Esportes

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Nelsinho Piquet garante: ‘Quero ser o 1º brasileiro a ter carreira marcante na Nascar’

Escrito por

Um pioneiro. É dessa maneira que se vê Nelsinho Piquet atualmente. Após sua terceira temporada na Nascar, quando ficou em 12 na Nationwide, ele não pensa na Fórmula 1. O foco é se manter na principal categoria de automobilismo dos Estados Unidos para alcançar marcas inéditas para o Brasil.

Ele já é o primeiro piloto do país a vencer na Nascar (triunfou duas vezes na Truck Series, espécie de terceira divisão, e uma outra na Nationwide, que é a categoria acima). O grande objetivo é entrar na Sprint Cup (divisão principal) e conseguir um título em qualquer uma das três divisões.

Nas vésperas de disputar as 500 Milhas de Kart, em Santa Catarina, ele visitou a redação do LANCE!Net em São Paulo. Veja a entrevista:

LANCE!Net: Você está fazendo 20 anos de carreira. Como é chegar nessa marca aos 28 anos?
Nelsinho Piquet: Passou muito rapidamente. Tenho a memória fraca e não lembro de muitas coisas. Não lembro quando sentei no kart pela primeira vez. Mas é metade da minha vida correndo. É impressionante como o tempo passa quando você faz algo que gosta.

L!Net: Você disputou sua primeira temporada completa na Nationwide e ficou cinco vezes dentro do Top 10. Foi aquilo que esperava?
NP: Sempre espero um pouco mais. Por alguns fatores, foi o ano que eu fiquei mais longe da meta que previ. Ano passado, tivemos vitórias, poles e vencemos em categorias diferentes. Quis ser mais otimista, mas não conseguimos. A equipe (Turner Scott Motorsports) não foi a certa, foi a mesma que estava na Truck. Não consegui me encaixar direito, não fizemos nenhum Top 5. Ano que vem, vamos procurar o lugar certo para fazer uma boa temporada.

L!Net: Você pretende continuar nessa divisão? Vai trocar de equipe?
NP: Vou mudar de equipe, com certeza. Estamos em conversa com dois times para a Nationwide e será a temporada integral. Uma das opções tem corridas da Sprint Cup, e na outra não.

L!Net: O que mais te chamou a atenção na Nationwide?
NP: A Nationwide é uma categoria com muitas corridas. Temos 33 provas contra 36 da Sprint Cup. Então, é um calendário similar. É uma categoria que você consegue achar patrocínio com mais facilidade. É um lugar bom pra fazer nome e ter rodagem.

L!Net: Em quanto tempo quer disputar a Sprint Cup de maneira integral?
NP: Vai depender dos resultados. Achava que nesse ano estaria na Truck, mas surgiu a Worx (patrocinadora) e eles queriam fazer a Nationwide. Então, dependo um pouco da decisão dos patrocinadores também.

L!Net: Já pensou em ir para a IndyCar?
NP: Já tive convites, mas nunca me animei. Queria algo diferente. Quando fiz as primeiras provas na Nascar não sabia o que seria, mas gostei e decidi que seria esse o caminho. Quero ser o primeiro brasileiro a ter uma carreira marcante lá, quero ser campeão.

L!Net: A Nascar não é muito conhecida no Brasil. Já te procuram para fazer um trabalho de desenvolvimento?
NP: Existe um conflito complicado. Isso deve acabar ano que vem com um trabalho junto com a Fox (canal a cabo que exibe a Nascar no Brasil). Quero e tento passar essa cultura para o torcedor brasileiro. Mas os meus ex-agentes têm os direitos da categoria no Brasil e complicam um pouco o caminho para isso acontecer.

L!Net: A Stock terá corridas com convidados na próxima temporada. Você pensa em correr alguma prova? Já recebeu convites?
NP: Sim, já recebi convites. Já pensei em correr. Já conversamos sobre a Corrida do Milhão, mas meu foco sempre foi ficar nos Estados Unidos. Não queria vir pra cá e fazer algo irrelevante. Quero vir pra fazer um bom papel. Não adianta eu correr contra o Cacá (Bueno), Ricardo Maurício, sem saber as caracteristicas do carro. E eu tenho de ver a minha agenda também. Não é facil alinhar com meu calendário no exterior.

L!Net: O calendário da Nationwide é muito desgastante. Como você faz para aguentar uma temporada tão forte fisicamente?
NP: Para ser bem honesto, o carro da Nascar não é tão desgastante fisicamente comparado com o da Fórmula 1. Obviamente, dependendo de onde estou correndo, tem a temperatura e outras condições que são mais complicadas. A parte mais difícil é a mental. São muitas corridas. Então, você pode ter problemas com o grupo e isso cria estresse com muita coisa. Precisa ter muita concentração e cabeça fria. Não tenho muito tempo pra pensar no que está errado.

L!Net: Depois desse tempo que já passou, você ainda acompanha a Fórmula 1? Qual sua relação com a categoria?
NP: Olha, para ser sincero, eu assisto pouco. Chego de viagem tarde sempre e esqueço. E nos Estados Unidos, não é uma categoria que passa em qualquer canal. Você só assiste na TV por assinatura.

L!Net: Como você vê a situação atual do automobilismo no Brasil?
NP: Não gosto de insistir, mas acho que a confederação (CBA) não ajuda. O que sei é que os corruptos estão saindo e as coisas estão melhorando. Mas para chegar na situação da Europa e Estados Unidos será difícil. Quando o Brasil chegou a ter três, quatro pilotos na Fórmula 1, foi coincidência, não uma geração brilhante. Com o número de talentos, os comandantes poderiam fazer um trabalho melhor.