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Formado no Brasil, ‘professor’ na web e supersticioso: o novo ídolo da Costa Rica

Museu CBF (Foto: Luiz Signor)
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O uniforme tradicional da Costa Rica é vermelho, mas a seleção fará de tudo para jogar de branco no sábado, contra a Holanda. Nada a ver com o calor baiano, mas sim com a superstição do técnico Jorge Luis Pinto. Com ele, a máxima “em time que está ganhando não se mexe” vale até para a vestimenta. Com a camisa número 2, os costarriquenhos bateram Uruguai e Itália e eliminaram a Grécia nas oitavas. Na única vez em que vestiram vermelho, empataram com a Inglaterra. Portanto, melhor não arriscar no jogo mais importante da história da seleção.

O comandante dos Ticos também vestirá o mesmo terno e gravata da sorte. Um ritual contrastante com a postura estudiosa e trabalhadora do colombiano de 61 anos.

Jorge Luis é daqueles cujas preocupações vão da refeição dos atletas até a divisão dos quartos na concentração. Exigente nos treinamentos, é também um teórico e chega a explicar conceitos táticos em vídeos publicados em seu site. Ele já fez o estilo autoritário, mas de uns tempos para cá virou “paizão”.

Diferentemente da maioria dos técnicos, Pinto não foi jogador. Começou a carreira como preparador físico, mas sempre ambicionou comandar equipes. Para realizar o sonho, buscou o conhecimento nos bancos universitários e o lugar escolhido foi justamente o Brasil. Em 1977, largou a comissão técnica do Millonarios (COL) e matriculou-se no curso de treinador de futebol na Escola de Educação Física da USP. Aqui, teve José Teixeira, então preparador físico do Corinthians, como seu principal mentor. O professor, que depois dirigiu diversas equipes e foi auxiliar da Seleção, já previa que o aluno alçaria vôos altos no futuro.

– As perguntas dele eram sempre pertinentes, o Jorge se mostrava muito interessado nas aulas, sobretudo pelas questões técnicas e táticas – contou Teixeira, ao LANCE!Net.

Da relação aluno/professor surgiu uma amizade que dura até hoje – eles se encontraram na última semana em Santos – e também a paixão de Pinto pelo Corinthians. O colombiano frequentava os treinos da equipe para as aulas práticas de Teixeira e se identificou pelo Timão, a ponto de viajar em caravanas da torcida Gaviões da Fiel no ano em que o clube deixou a fila de 23 anos sem títulos.

- Sou corintiano! - disse, em entrevista coletiva recente.

Em sua segunda passagem pela Costa Rica (a primeira, sem sucesso, foi entre 2004 e 2005), Jorge Luis Pinto conquistou a torcida não só com resultados, mas também por jogar ofensivamente e vestir a camisa. O fato de ele cantar o hino do país nos jogos, por exemplo, cativou o povo.

Estar entre os oito melhores do Mundial já pôs Pinto entre os maiores do futebol costarriquenho. A história, porém, ainda está sendo escrita, e o próximo capítulo é no sábado.

BATE-BOLA  JOSÉ TEIXEIRA EX-PROFESSOR DE PINTO

Você se considera o mentor do Jorge Luis Pinto como técnico?
Não, fui só um professor. É a pessoa que dita caminho que vai seguir. Isso aconteceu na minha carreira também.
Como avalia o trabalho dele?
Ele é um líder, mas nem por isso grita com os atletas que comanda. Chama de canto, conversa... Os jogadores compraram a ideia dele, tanto que o time está indo bem nesta  Copa. Me impressionei com o treino dele quando estive em Santos.

Por que?
É muito disputado, simula as situações de jogo. Isso reflete em campo.

Qual é a principal características dos times que o Pinto dirige?
Os times do Jorge procuram primeiro atacar, mas para isso não deixar o adversário jogar. Todos lutam pela posse de bola, marcam por pressão e as linhas são bastante compactas.

Lembra de histórias curiosas ou diferentes do passado?
Não, pois esse tipo de caso surge em bares, restaurantes... E eu não era de frequentar esses locais. Ele também é muito sério, acho que não mudou.

Ele era um bom aluno?
Sim, muito. Sempre foi um aluno aplicado, com boas perguntas.

E se interessava pelo Brasil...
Sim, claro. Tanto que escolheu aqui para se formar como técnico. Ele gosta do país e do nosso futebol. Aqui se envolveu com o Corinthians também, pelo convívio que teve.