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Da final da Liberta à crise: gestões expõem abismo entre Galo e São Paulo

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À beira da zona de rebaixamento do Brasileirão e na pior sequência da história, o São Paulo enfrenta nesta quarta-feira o Internacional, às 21h, no Morumbi. Enquanto isso, o Atlético-MG estará no Mineirão para tentar reverter a desvantagem de dois gols contra o Olimpia (PAR) para, quem sabe, sagrar-se campeão da Libertadores pela primeira vez. Troféu que fica cada vez mais distante do São Paulo – abismo ilustrado nas diferenças de metodologia de cada clube nas gestões do futebol.

O presidente atleticano, Alexandre Kalil, evita comparações, mas fala das diretrizes que transformaram o Galo no melhor time do Brasil. Ele assumiu o posto em 2008, já foi reeleito, e garante que não atenderá ao pedido de alguns pela mudança de estatuto, que poderia permitir mais uma reeleição. No clube, apesar de centralizador, prega o alinhamento entre diretoria e comissão técnica, e define ao lado de Cuca o futuro do time. Avalia como obrigatória a presença de um executivo de futebol remunerado, vaga ocupada hoje por Eduardo Maluf no clube. No São Paulo, todas essas situações são inversas.

- Não estou interessado em reeleição, não aceitei trocar estatuto porque não faço política. Futebol hoje é profissionalismo. Tem que ter um cara dedicado 24 horas por dia. Cuca e Maluf são decisivos, mas a palavra final é minha, até porque eu que tenho a chave do cofre - diz Kalil, ao L!Net, referindo-se a seu diretor de futebol remunerado, Eduardo Maluf, que trabalhou por mais de uma década no rival Cruzeiro.

No São Paulo, críticas internas e pressão pela saída do diretor de futebol Adalberto Baptista aumentam ao passo que o time se afunda dentro de campo. Os pedidos para que Juvenal Juvêncio troque o comando do futebol aumentaram depois da alfinetada pública do dirigente a Rogério Ceni. Mesmo após pedido de desculpas em reunião, o elenco sentiu-se traído.

Nesta quarta-feira, o São Paulo tem a chance de amenizar o problema. Derrotado nos últimos sete jogos – recorde –, igualará as marcas negativas de 1951 e 1986 se não vencer. O Atlético-MG, por outro lado, pode chegar a seu ponto mais alto, e não por acaso. Abismo que já foi inverso, e que hoje é refletido em campo.

Alexandre Kalil: ‘Erramos muito no início, e hoje estamos acertando mais’

L!Net: A que se deve a evolução do Atlético-MG, que resultou na chegada à decisão da Libertadores?
Kalil: É uma equipe grande para burro, trabalha muito duro, não é time de amadores. Clube enxuto, administrativamente muito enxuto, se dedica 100% ao futebol profissional. Erramos muito no início, começamos a contratar demais, e hoje estamos acertando mais.

L!Net: Em que momento o clube parou de errar para acertar mais? Você pensa em mudar o estatuto do clube para se reeleger novamente?
Kalil: O Atlético-MG estava arrasado, e hoje já anda sozinho. Não estou interessado nunca em reeleição, não aceitei trocar estatuto porque não faço política, não agrado a ninguém, e mesmo assim a torcida gosta de mim. Reconhece não porque sou bom, mas porque o clube estava muito ruim. Grita meu nome e grita mesmo. Quero entregar um clube organizado, viável.

L!Net: Como treinador, o Cuca participa das decisões do departamento?
Kalil: Participa. E o presidente participa de todas. Todas. Cuca e Maluf são decisivos, mas a palavra final é minha, até porque eu que tenho a chave do cofre. Mas eu confio muito no Cuca. Quando ele fala de algum jogador, sei que fala certo. Ele só dá o nome: “Fulano de tal”, e eu vou e contrato.

L!Net: Alguma contratação desse elenco foi feita sem o aval do Cuca?
Kalil: Acho que, nesse plantel, só o Jô. Eu que quis trazer.

L!Net: É necessário, hoje, ter um dirigente remunerado no futebol para competir em alto nível?
Kalil: Claro, claro. Tem que ter um cara dedicado 24 horas por dia. Futebol hoje é profissionalismo, e eu tenho uma empresa, não posso me dedicar integralmente. Nessa Libertadores só fui ao Paraguai. Não fui à Argentina, à Bolívia. Mas sou presente. Estou conversando com você aqui do CT, acabei de apertar a mão do Ronaldinho. Tudo que os jogadores querem eles vem a mim. A mão que bate é a mesma que afaga.

L!Net: Concorda com a declaração de Rogério Ceni, que disse que o São Paulo “parou no tempo”?
Kalil: Não. Acho que o futebol tem um negócio que chama fase. Isso não é declaração que se faça sobre o clube. Se jogador profissional meu falar isso, ele para de buscar o salário na boca do caixa.

DOIS LADOS: DEPARTAMENTO, METODOLOGIA E RESULTADOS

Departamento
No São Paulo, Juvenal Juvêncio define o futebol junto com o diretor Adalberto Baptista, que tem autonomia total no futebol. No Galo, presidência trabalha ao lado de executivo remunerado e alinha ideias com comissão técnica de Cuca.

Investimentos
O Atlético-MG gastou alto apenas com o goleiro Victor e com o atacante Diego Tardelli. Totalizou R$ 21 milhões, e chegou à final da Libertadores. O São Paulo desembolsou R$ 55,5 milhões para montar o time titular, e não atingiu seus objetivos.

Contratações livres
Só em 2013, o Tricolor trouxe Clemente Rodríguez, Renan Ribeiro, Silvinho, Roni, Caramelo, Lúcio, Wallyson e Aloísio. O último é o único que não é contestado. Do time atual, o Galo apostou sem custos em Gilberto Silva, Leonardo Silva, Richarlyson, Junior Cesar, Josué e Ronaldinho. Todos estes, mais importantes, têm chances no time titular e têm jogado com regularidade.

Josué
O volante ilustra a diferença entre os clubes. Após definir que não teria o contrato renovado com o Wolfsburg (ALE), no fim do ano passado, conversou com o São Paulo e se ofereceu para voltar ao clube pelo qual foi campeão de Libertadores e Mundial em 2005. Falou por mais de uma vez, não recebeu sinal positivo e foi para o Atlético-MG, a pedido de Cuca, com quem trabalhou no Goiás e no próprio Tricolor, em 2004.

Base
Os dois clubes contam com apostas das categorias de base nos times. No São Paulo, Rodrigo Caio, Wellington e Denilson, que brigam pelas vagas defensivas do meio de campo, vieram de Cotia. No Galo, o lateral-direito Marcos Rocha e o meia-atacante Bernard, que deve sair por R$ 60 milhões após a final da Libertadores, representam as categorias de base.


À beira da zona de rebaixamento do Brasileirão e na pior sequência da história, o São Paulo enfrenta nesta quarta-feira o Internacional, às 21h, no Morumbi. Enquanto isso, o Atlético-MG estará no Mineirão para tentar reverter a desvantagem de dois gols contra o Olimpia (PAR) para, quem sabe, sagrar-se campeão da Libertadores pela primeira vez. Troféu que fica cada vez mais distante do São Paulo – abismo ilustrado nas diferenças de metodologia de cada clube nas gestões do futebol.

O presidente atleticano, Alexandre Kalil, evita comparações, mas fala das diretrizes que transformaram o Galo no melhor time do Brasil. Ele assumiu o posto em 2008, já foi reeleito, e garante que não atenderá ao pedido de alguns pela mudança de estatuto, que poderia permitir mais uma reeleição. No clube, apesar de centralizador, prega o alinhamento entre diretoria e comissão técnica, e define ao lado de Cuca o futuro do time. Avalia como obrigatória a presença de um executivo de futebol remunerado, vaga ocupada hoje por Eduardo Maluf no clube. No São Paulo, todas essas situações são inversas.

- Não estou interessado em reeleição, não aceitei trocar estatuto porque não faço política. Futebol hoje é profissionalismo. Tem que ter um cara dedicado 24 horas por dia. Cuca e Maluf são decisivos, mas a palavra final é minha, até porque eu que tenho a chave do cofre - diz Kalil, ao L!Net, referindo-se a seu diretor de futebol remunerado, Eduardo Maluf, que trabalhou por mais de uma década no rival Cruzeiro.

No São Paulo, críticas internas e pressão pela saída do diretor de futebol Adalberto Baptista aumentam ao passo que o time se afunda dentro de campo. Os pedidos para que Juvenal Juvêncio troque o comando do futebol aumentaram depois da alfinetada pública do dirigente a Rogério Ceni. Mesmo após pedido de desculpas em reunião, o elenco sentiu-se traído.

Nesta quarta-feira, o São Paulo tem a chance de amenizar o problema. Derrotado nos últimos sete jogos – recorde –, igualará as marcas negativas de 1951 e 1986 se não vencer. O Atlético-MG, por outro lado, pode chegar a seu ponto mais alto, e não por acaso. Abismo que já foi inverso, e que hoje é refletido em campo.

Alexandre Kalil: ‘Erramos muito no início, e hoje estamos acertando mais’

L!Net: A que se deve a evolução do Atlético-MG, que resultou na chegada à decisão da Libertadores?
Kalil: É uma equipe grande para burro, trabalha muito duro, não é time de amadores. Clube enxuto, administrativamente muito enxuto, se dedica 100% ao futebol profissional. Erramos muito no início, começamos a contratar demais, e hoje estamos acertando mais.

L!Net: Em que momento o clube parou de errar para acertar mais? Você pensa em mudar o estatuto do clube para se reeleger novamente?
Kalil: O Atlético-MG estava arrasado, e hoje já anda sozinho. Não estou interessado nunca em reeleição, não aceitei trocar estatuto porque não faço política, não agrado a ninguém, e mesmo assim a torcida gosta de mim. Reconhece não porque sou bom, mas porque o clube estava muito ruim. Grita meu nome e grita mesmo. Quero entregar um clube organizado, viável.

L!Net: Como treinador, o Cuca participa das decisões do departamento?
Kalil: Participa. E o presidente participa de todas. Todas. Cuca e Maluf são decisivos, mas a palavra final é minha, até porque eu que tenho a chave do cofre. Mas eu confio muito no Cuca. Quando ele fala de algum jogador, sei que fala certo. Ele só dá o nome: “Fulano de tal”, e eu vou e contrato.

L!Net: Alguma contratação desse elenco foi feita sem o aval do Cuca?
Kalil: Acho que, nesse plantel, só o Jô. Eu que quis trazer.

L!Net: É necessário, hoje, ter um dirigente remunerado no futebol para competir em alto nível?
Kalil: Claro, claro. Tem que ter um cara dedicado 24 horas por dia. Futebol hoje é profissionalismo, e eu tenho uma empresa, não posso me dedicar integralmente. Nessa Libertadores só fui ao Paraguai. Não fui à Argentina, à Bolívia. Mas sou presente. Estou conversando com você aqui do CT, acabei de apertar a mão do Ronaldinho. Tudo que os jogadores querem eles vem a mim. A mão que bate é a mesma que afaga.

L!Net: Concorda com a declaração de Rogério Ceni, que disse que o São Paulo “parou no tempo”?
Kalil: Não. Acho que o futebol tem um negócio que chama fase. Isso não é declaração que se faça sobre o clube. Se jogador profissional meu falar isso, ele para de buscar o salário na boca do caixa.

DOIS LADOS: DEPARTAMENTO, METODOLOGIA E RESULTADOS

Departamento
No São Paulo, Juvenal Juvêncio define o futebol junto com o diretor Adalberto Baptista, que tem autonomia total no futebol. No Galo, presidência trabalha ao lado de executivo remunerado e alinha ideias com comissão técnica de Cuca.

Investimentos
O Atlético-MG gastou alto apenas com o goleiro Victor e com o atacante Diego Tardelli. Totalizou R$ 21 milhões, e chegou à final da Libertadores. O São Paulo desembolsou R$ 55,5 milhões para montar o time titular, e não atingiu seus objetivos.

Contratações livres
Só em 2013, o Tricolor trouxe Clemente Rodríguez, Renan Ribeiro, Silvinho, Roni, Caramelo, Lúcio, Wallyson e Aloísio. O último é o único que não é contestado. Do time atual, o Galo apostou sem custos em Gilberto Silva, Leonardo Silva, Richarlyson, Junior Cesar, Josué e Ronaldinho. Todos estes, mais importantes, têm chances no time titular e têm jogado com regularidade.

Josué
O volante ilustra a diferença entre os clubes. Após definir que não teria o contrato renovado com o Wolfsburg (ALE), no fim do ano passado, conversou com o São Paulo e se ofereceu para voltar ao clube pelo qual foi campeão de Libertadores e Mundial em 2005. Falou por mais de uma vez, não recebeu sinal positivo e foi para o Atlético-MG, a pedido de Cuca, com quem trabalhou no Goiás e no próprio Tricolor, em 2004.

Base
Os dois clubes contam com apostas das categorias de base nos times. No São Paulo, Rodrigo Caio, Wellington e Denilson, que brigam pelas vagas defensivas do meio de campo, vieram de Cotia. No Galo, o lateral-direito Marcos Rocha e o meia-atacante Bernard, que deve sair por R$ 60 milhões após a final da Libertadores, representam as categorias de base.