Todos Esportes

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Filho de Amílcar Barbuy, top 3 junto de Tite, diz: ‘Ele sempre foi corintiano’

Gráfico de receitas com associados do Fluminense
Escrito por

Pai carinhoso e técnico rígido. Assim se referiu a Amílcar Barbuy o seu único filho homem, de 88 anos, em visita do LANCE!Net a seu apartamento, na terça-feira. Com recortes de jornais e fotografias amareladas, Amílcar Barbuy Filho contou a história do homem que Tite igualará nesta noite, contra o Grêmio, em números de jogos no comando do Corinthians: 240.

Nascido em Rio das Pedras, a 172 quilômetros de São Paulo, foi na várzea que o então centromédio começou a jogar, se destacando no Botafogo do Bom Retiro. O Corinthians, clube o qual seu irmão Hermógenes desenhou o primeiro distintivo, entrou em sua vida em 1912, após a polícia fechar o ex-time por arruaça.

Com espírito de liderança, foi o capitão-treinador em diversas oportunidades, como no título estadual de 1916. Torneio vencido também em 1914, 1922 e 1923. Amílcar foi o primeiro jogador do Timão convocado para a Seleção Brasileira, onde ganhou o Sul-Americano de 1919. O filho guarda o uniforme completo dentro de um cofre, para evitar furtos.

Em 1923, foi para o Palestra Itália (hoje Palmeiras) após desentendimento com os diretores do Timão. O episódio, sempre mal explicado, é resumido pelo herdeiro:

– Quando se formou o Corinthians, o primeiro campo era na Ponte Grande, mas a sede era na Rua Florêncio de Abreu (no bairro da Luz). O permissionário do bar da sede era meu avô. Houve a mudança da sede em 1922 e meu pai pediu a permissão para tê-lo, mas fizeram ata de concorrência. Não foi o combinado. Ele se magoou e saiu. Cansado e triste, saiu do Corinthians – conta o filho.

foto v

Amílcar, nos anos 20, como jogador do Corinthians: é o segundo, em pé, da esquerda para a direita (Arquivo pessoal)

Após boa jornada pelo rival e por outros clubes – entre eles a Lazio (ITA) –, voltou em 1934 como técnico. De acordo com o historiador Celso Unzelte, somando só a segunda passagem (até 1937) e a terceira (1943), foram 115 partidas como treinador. E dois vice-campeonatos paulistas.

- Mesmo nos anos de Palestra Itália, ele jogava lá porque a honra dele não permitia o que fizeram...Era corintiano, sempre foi - garante.

As principais lembranças são do pai segurando um lenço branco à beira do campo em todos os jogos e de uma partida específica, pela Seleção paulista, em que mandou parar o jogo após um pênalti mal marcado em favor do time carioca. Nem um pedido do então presidente Washington Luís mudou posição do comandante.

- Foi em 1927, acho. Um emissário desceu para o campo e mandou continuar o jogo. Ele respondeu: "Avise a vossa excelência que ele manda no Brasil inteiro, mas que aqui dentro do campo mando eu." Acabou o jogo - conta ele, sobre a história que ouviu do pai.

Amílcar morreu em 1965, aos 72 anos, após complicações em uma cirurgia realizada na perna. No seu enterro, o Timão mandou apenas uma carta, enquanto o Palmeiras enviou uma bandeira para cobrir o caixão.

foto v

Filho de Amílcar guarda em um cofre a camisa que seu pai usou na conquista do Sul-Americano de 1919 (Tom Dib)


OS TÉCNICOS COM MAIS JOGOS PELO TIMÃO

1  Oswaldo Brandão (441 jogos)
É o maior da história, com cinco passagens. Venceu o PaulistÃO de 1977.

2  José Castelli, o Rato (256 jogos)
Também teve cinco passagens e antes era meia do Corinthians.

3 Tite e Amílcar Barbuy (240 jogos)

5  Nelsinho Baptista (192 jogos)
Ganhou O Brasileirão de 1990, mas caiu para a Série B, em 2007.

6  Mano Menezes (185 jogos)
Técnico do período da reconstrução do clube, de 2008 a 2010.






Pai carinhoso e técnico rígido. Assim se referiu a Amílcar Barbuy o seu único filho homem, de 88 anos, em visita do LANCE!Net a seu apartamento, na terça-feira. Com recortes de jornais e fotografias amareladas, Amílcar Barbuy Filho contou a história do homem que Tite igualará nesta noite, contra o Grêmio, em números de jogos no comando do Corinthians: 240.

Nascido em Rio das Pedras, a 172 quilômetros de São Paulo, foi na várzea que o então centromédio começou a jogar, se destacando no Botafogo do Bom Retiro. O Corinthians, clube o qual seu irmão Hermógenes desenhou o primeiro distintivo, entrou em sua vida em 1912, após a polícia fechar o ex-time por arruaça.

Com espírito de liderança, foi o capitão-treinador em diversas oportunidades, como no título estadual de 1916. Torneio vencido também em 1914, 1922 e 1923. Amílcar foi o primeiro jogador do Timão convocado para a Seleção Brasileira, onde ganhou o Sul-Americano de 1919. O filho guarda o uniforme completo dentro de um cofre, para evitar furtos.

Em 1923, foi para o Palestra Itália (hoje Palmeiras) após desentendimento com os diretores do Timão. O episódio, sempre mal explicado, é resumido pelo herdeiro:

– Quando se formou o Corinthians, o primeiro campo era na Ponte Grande, mas a sede era na Rua Florêncio de Abreu (no bairro da Luz). O permissionário do bar da sede era meu avô. Houve a mudança da sede em 1922 e meu pai pediu a permissão para tê-lo, mas fizeram ata de concorrência. Não foi o combinado. Ele se magoou e saiu. Cansado e triste, saiu do Corinthians – conta o filho.

foto v

Amílcar, nos anos 20, como jogador do Corinthians: é o segundo, em pé, da esquerda para a direita (Arquivo pessoal)

Após boa jornada pelo rival e por outros clubes – entre eles a Lazio (ITA) –, voltou em 1934 como técnico. De acordo com o historiador Celso Unzelte, somando só a segunda passagem (até 1937) e a terceira (1943), foram 115 partidas como treinador. E dois vice-campeonatos paulistas.

- Mesmo nos anos de Palestra Itália, ele jogava lá porque a honra dele não permitia o que fizeram...Era corintiano, sempre foi - garante.

As principais lembranças são do pai segurando um lenço branco à beira do campo em todos os jogos e de uma partida específica, pela Seleção paulista, em que mandou parar o jogo após um pênalti mal marcado em favor do time carioca. Nem um pedido do então presidente Washington Luís mudou posição do comandante.

- Foi em 1927, acho. Um emissário desceu para o campo e mandou continuar o jogo. Ele respondeu: "Avise a vossa excelência que ele manda no Brasil inteiro, mas que aqui dentro do campo mando eu." Acabou o jogo - conta ele, sobre a história que ouviu do pai.

Amílcar morreu em 1965, aos 72 anos, após complicações em uma cirurgia realizada na perna. No seu enterro, o Timão mandou apenas uma carta, enquanto o Palmeiras enviou uma bandeira para cobrir o caixão.

foto v

Filho de Amílcar guarda em um cofre a camisa que seu pai usou na conquista do Sul-Americano de 1919 (Tom Dib)


OS TÉCNICOS COM MAIS JOGOS PELO TIMÃO

1  Oswaldo Brandão (441 jogos)
É o maior da história, com cinco passagens. Venceu o PaulistÃO de 1977.

2  José Castelli, o Rato (256 jogos)
Também teve cinco passagens e antes era meia do Corinthians.

3 Tite e Amílcar Barbuy (240 jogos)

5  Nelsinho Baptista (192 jogos)
Ganhou O Brasileirão de 1990, mas caiu para a Série B, em 2007.

6  Mano Menezes (185 jogos)
Técnico do período da reconstrução do clube, de 2008 a 2010.