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A desolação de um craque: Yaya Touré sem rumo após semana trágica

Grécia x Costa do Marfim (Foto: Issouf Sanogo/AFP)
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A voz fraca, quase inaudível, o olhar baixo e distante, e o caminhar vagaroso, sempre com o rosto virado para o chão. O craque Yaya Touré era um poço de desolação nos corredores do Castelão, na noite de terça-feira, menos de duas horas depois de ser eliminado na terceira Copa consecutiva, as três únicas que seu país disputou seguidamente desde 2006.

O algoz da vez foi a Grécia, que venceu por 2 a 1, classificou-se no Grupo C atrás da Colômbia, e potencializou ainda mais o sofrimento de um dos maiores meio-campistas da atualidade, eleito o melhor jogador africano dos últimos três anos e artilheiro do Manchester City (ING) no recente título da Premier League, com 20 gols marcados - número impressionante para um volante.

O desempenho individual torna-se ainda mais expressivo quando o marfinense de 31 anos fez tudo isso em meio à luta do irmão mais novo contra o câncer. A batalha acabou perdida na última quinta-feira. Ibrahim, 28 anos e que também era jogador - estava no futebol libanês antes do problema se agravar -, morreu no mesmo dia em que os Elefantes foram derrotados pela Colômbia por 2 a 1. Yaya, Kolo, seu irmão e zagueiro, e toda a seleção só foram avisados depois do duelo com os cafeteros. O confronto com os gregos foi o primeiro após saberem da fatalidade.

- Os últimos dois ou três meses foram muito difíceis para mim, para minha família. E tudo veio ao mesmo tempo. Eu mostrei que não sou uma máquina. Nós tínhamos muita esperança em passar de fase e muitas pessoas nos apoiavam, mas nós os decepcionamos e os deixamos em um péssimo momento. Não sei nem como dizer, eu estou realmente decepcionado, decepcionado pelos meus torcedores. Eu preciso voltar a minha casa e tentar descansar, dormir um pouco para poder pensar no futuro - declarou o camisa 19, recordista de partidas em Copas pelo seu país, com nove apresentações.


Samaras faz o gol que eliminou a Costa do Marfim da Copa (Foto: Issouf Sanogo/AFP)

A profunda tristeza do volante não pôde ser retratada em fotos na zona mista, local onde os jogadores concedem entrevista após as partidas e onde não é permitido o registro de imagens. Mas as palavras de Yaya falam por si e são suficientes para simbolizar um dos momentos mais tristes vividos por ele, entre a nova decepção futebolística com o seu país e o sofrimento de perder um parente querido.

- Nós tivemos algumas chances de gol, mas perder a 30 segundos do fim é realmente muito difícil. É muito complicado para nós todos, estamos decepcionados, muito decepcionados, mas assim é a lei do esporte. É verdade que acreditávamos e nós tivemos chances de vencer, mas não alcançamos o desafio. É uma desilusão a cada vez. E é a terceira vez... - finalizou, com a voz fraca, olhar baixo e distante, antes de reiniciar o caminhar vagaroso e desiludido.