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De candidato a ídolo a desafeto, Wesley deixa o Palmeiras na sexta

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Já não há mais cinegrafistas e fotógrafos apontando suas lentes para os campos da Academia de Futebol quando Wesley surge para fazer sua atividade diária ao lado dos outros "encostados". O volante de 27 anos vive os últimos dias de Palmeiras em isolamento, sem contato com o elenco, Oswaldo e seus auxiliares. Só com preparadores físicos, roupeiros e fisioterapeutas.

Contratado por Arnaldo Tirone como candidato a ídolo, em 2012, o volante deixará o clube na sexta, data do fim de seu contrato, como desafeto de torcida e diretoria. A relação tornou-se tão ruim que o Verdão preferiu gastar R$ 600 mil em salários (janeiro e fevereiro) a liberá-lo antecipadamente para assinar com o rival São Paulo.

Como herança, ficou uma dívida de R$ 21 milhões com Antenor Angeloni, fiador que pagou o valor total da compra ao Werder Bremen (ALE) e não recebeu nada. Ele entrou na Justiça e chegou a bloquear as cotas de TV do clube, decisão posteriormente revertida. A intenção do presidente Paulo Nobre é procurá-lo nos próximos meses para fazer um acordo amigável.

O casamento começou a ruir em agosto de 2013. Wesley vivia sua melhor fase com a camisa alviverde, mas a diretoria decidiu emprestá-lo para aliviar a folha salarial. O Atlético-MG demonstrou grande interesse, mas chegou aos empresários do jogador a informação de que ele estaria sendo oferecido para diversos clubes, sendo alguns de menor porte, como a Ponte Preta - nem o Palmeiras nem a Macaca confirmam.

Palmeiras criou site para pedir ajuda à torcida e contratar Wesley (FOTO: Reprodução)

Irritado, Wesley abriu os ouvidos para outras propostas em meio às conversas para renovar com o Verdão e foi seduzido pelo São Paulo. As partes passaram a não se aturar. Desconfiado de que já havia perdido o jogador, Nobre fez algo incomum: disse publicamente que as exigências dele haviam sido atendidas e que o novo contrato estava pronto, à espera da assinatura. Mas o presidente já sabia que não seria mais procurado pelo estafe do meio-campista.

O próprio Nobre sugeriu a Dorival Júnior que afastasse o atleta em setembro de 2014, após a goleada por 6 a 0 para o Goiás. O técnico não topou e o fixou como titular contrariando a torcida, que dedicou ao camisa 11 a vaia que já é a maior da curta história da arena.

Só quatro atletas têm contato diário com Wesley

O goleiro Raphael Alemão, o lateral-direito Weldinho, o zagueiro Gabriel Dias e o meia Lucas Morelato são os únicos jogadores com quem Wesley tem contato diário na Academia. Até o atacante Luan, que está emprestado ao Sharjah (EAU) e usa as instalações do Alviverde para se recuperar de lesões, trabalha no mesmo horário dos comandados de Oswaldo.

Roupeiros, preparadores físicos e fisioterapeutas ficam à disposição, mas há um cuidado para não deixar o grupo dos “encostados” se misturar ao elenco. Nas raras vezes em que eles trabalharam no mesmo horário dos demais, utilizaram o campo dos fundos da Academia, de onde é difícil até manter contato visual com os três gramados principais do CT.

Esses são os jogadores que não fazem parte dos planos da comissão técnica. O Palmeiras espera por propostas para emprestá-los ou vendê-los. Enquanto isso, oferece a mesma estrutura dada aos outros profissionais para não correr o risco de ser acionado na Justiça do Trabalho. O zagueiro Lúcio, que tinha contrato até o fim de 2015, preferiu entrar em acordo com a diretoria para não participar nem dessas atividades.

Palmeiras e Wesley: amor e ódio

Vaquinha - O clube pediu os R$ 21 milhões necessários para a compra de Wesley por doações na internet. A ideia fracassou: rendeu só R$ 600 mil. Um investidor então o compraria, mas foi o fiador do negócio quem teve de pagar.

Lesão - Em seu quarto jogo, rompeu o ligamento do joelho direito e ficou seis meses fora. Voltou no fim do Brasileirão e pouco pôde fazer contra o rebaixamento.

Redenção? - O camisa 11 começou a fazer bons jogos durante a Série B, e tornou-se peça importante no time de Gilson Kleina.

Azedou - Durante sua melhor fase, o clube tentou aliviar a folha e negociá-lo com o Atlético-MG, também alegando problemas disciplinares. O volante ficou, mas nada mais foi como antes.

Sala de imprensa lotada na apresentação de Wesley, em 2012 (FOTO: Eduardo Viana/LANCE!Press)

Processo - O valor dado pelo investidor para a compra de Wesley acabou sendo utilizado para outros fins durante a gestão de Arnaldo Tirone. Coube a Angeloni, fiador, desembolsar os R$ 21 milhões. Ele agora briga pela quantia na Justiça.

Renova? - As partes tentaram a renovação, mas a relação já não era boa. O estafe de Wesley alegou que o clube demorou sete meses para oferecer o desejado, e Paulo Nobre dizia que o novo contrato estava pronto, esperando só Wesley assiná-lo, o que não ocorreu.

Nova polêmica - Com o Palmeiras já desconfiado de um acordo com o São Paulo, Wesley disse ter sido agredido por torcedores do clube. A cúpula duvidou do ato.

Triste fim - Dorival Júnior decidiu bancar Wesley no Brasileiro-2014, mas a torcida não o engolia: vaiava o jogador por conta de sua apatia. Ele terminou sua passagem entre os dispensados para 2015.