O estilo atual do Barcelona, que tanto encantou o mundo do futebol, foi inspirado no Ajax da década de 1970. Pois quando professor e aluno estiveram frente a frente na Amsterdam Arena nesta terça-feira, foram os holandeses que levaram a melhor. Um 2 a 1 com bom futebol, para delírio da torcida local.
Logo nos primeiros minutos de jogo era fácil notar a superioridade do Ajax. Marcando a saída de bola do Barcelona, tocando sem afobação e aproveitando os espaços encontrados nas laterais o Ajax colocou a equipe espanhola na roda. O técnico Frank de Boer, outro que quando jogava tratava a bola como ninguém, devia estar orgulhoso.
Já do outro lado, Gerardo Martino não tinha motivos para comemorar. A sua opção em colocar Puyol como lateral-direito e Montoya, que geralmente joga pela direita, na esquerda se tornaram o mapa da mina para o Ajax.
O primeiro gol do Ajax nasceu inclusive de uma jogada onde o lateral-direito Van Rhijn foi ao fundo e cruzou para a entrada de Serero, livre, que tocou para a rede. A defesa do Barcelona voltaria a falhar no fim da primeira etapa, quando Pinto espalmou o chute de Fischer. A zaga não afastou e Hoesen fez o segundo gol.
Martino olhava para o banco, não via alternativas para mudar o panorama. Neymar não mostrava em campo o mesmo desempenho dos últimos jogos pelo Campeonato Espanhol, e ainda por cima não havia Messi para mudar tudo. Pois só mesmo o argentino, que padece de lesão, poderia ser capaz de ajudar o Barcelona a sair do buraco.
O panorama passou a ser melhor para o clube espanhol no segundo tempo. Antes dos cinco minutos, o Barça já tinha conseguido um pênalti a seu favor. Neymar foi derrubado por Veltman, que acabou recebendo o cartão vermelho. Tudo começou com uma bola mal atrasada para o goleiro Cillessen. Xavi foi para a cobrança e descontou.
O gol animou o Barcelona. Com um jogador a menos, o Ajax não saía com o mesmo ímpeto e os visitantes pressionavam. Com mais domínio territorial, o futebol de Neymar voltou a aparecer. O brasileiro passou a arriscar mais dribles e arrancadas.
A defesa do Ajax não cedeu, apesar da pressão do Barcelona. Muita festa dos torcedores que lotaram a Amsterdam Arena, e uma vitória que mereceu os aplausos de Johan Cruyff. Cabe lembrar que o presidente de honra do Barça foi um dos craquer que brilharam naquela Ajax que inspirou o estilo de jogo do clube catalão.
O Barcelona segiu na ponta do Grupo H, com os seus 10 pontos. O Ajax foi a sete e ainda sonha com a classificação às oitavas de final. Terá de vencer o Milan, na Itália. Nada impossível se repetir o futebol demonstrado nesta terça-feira na Amsterdam Arena.
FICHA TÉCNICA:
AJAX 2 x 1 BARCELONA
Data/hora: 26/11/13, às 17h45 (de Brasília)
Local: Amsterdam Arena, Amsterdã (HOL)
Árbitro: Pavel Kralovec (TCH)
Auxiliares: Roman Slysko (TCH) e Martin Wilczek (TCH)
Cartão amarelo: Schöne (AJA), Van Rhijn (AJA); Piqué (BAR), Fàbregas (BAR), Iniesta (BAR), Neymar (BAR), Montoya (BAR)
Cartão vermelho: Veltman (AJA)
Gols: Serero 18'/1ºT (1-0), Hoesen 41'/1ºT (2-0), Xavi 3'/2ºT (2-1)
AJAX: Cillessen, Van Rhijn, Veltman, Moisander e Boilesen (Poulsen 34'/1ºT); Blind, Klaassen e Serero; Schöne (Denswil 5'/2ºT), Fischer e Hoesen (Duarte 38'/2ºT). Técnico: Frank de Boer.
BARCELONA: Pinto, Puyol (Patric 23'/2ºT), Mascherano, Piqué e Montoya; Song, Xavi (Sergi Roberto 28'/2ºT) e Iniesta; Fàbregas (Adama 36'/2ºT), Pedro e Neymar. Técnico: Gerardo Martino.