O Ministério Público de São Paulo após um longo período de investigação não tem mais dúvidas que a Portuguesa escalou o jogador Héverton no ano passado de forma proposital. A decisão de colocá-lo em campo, segundo a investigação, tinha como objetivo gerar benefícios financeiros para algumas pessoas ligadas ao clube do Canindé.
Essa informação coloca por terra a tese que a escalação do atleta não passava de um erro, que custou a permanência do clube na Série A. Já há provas que houve sim a intenção de prejudicar o clube de forma deliberada.
A questão central agora é a divulgação de quem comprou a escalação do jogador, que na prática foi a aquisição de uma vaga na principal competição do futebol nacional. Isso é fundamental para que compreendamos de uma vez por todas o caso.
As informações estão sendo amplamente divulgadas pelos grandes veículos de comunicação, o que contribui para sujar ainda mais a já péssima imagem do nosso futebol.
O esporte como um grande produto necessita de lisura e honestidade. As vitórias em campo, a superação de times e atletas é a essência das modalidades esportivas e o que gera profundo interesse dos torcedores, patrocinadores e investidores em geral.
Qualquer notícia de corrupção, negociação de resultados, compra de arbitragem ou de vagas em uma competição mancham a essência do esporte e afastam grandes empresas que querem ficar o mais longe possível da sujeira e de polêmicas.
Casos como o da Portuguesa invertem a lógica do esporte, já que ao invés de atrair interesse pelos seus aspectos positivos, geram um distanciamento natural de investimentos.
E o momento do nosso futebol já é péssimo com clubes endividados, com dificuldades de atrair parceiros e com uma imagem bastante negativa.
Pelo visto o mercado do futebol no Brasil ainda não entendeu que os executivos das empresas leem jornais, acessam a Internet, assistem televisão e escutam rádio. Portanto estão sendo bombardeados por essas notícias negativas.
A FIFA acaba de perder dois grandes patrocinadores por questões ligadas à corrupção. E fatos como esse da Portuguesa podem ter um efeito avassalador em nosso mercado.
Mas parece que nossos clubes e a CBF não estão muito preocupados com isso.