O Santos vive um dos momentos mais turbulentos desde o início da gestão do presidente Marcelo Teixeira e, sem dúvidas, o pior sob o comando do técnico Cleber Xavier. Após duas derrotas consecutivas, o clima positivo da vitória sobre o Flamengo se dissipou, o time despencou na tabela e voltou à zona de rebaixamento.
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Sem muito tempo para lamentações, o próximo desafio do Peixe será contra o Sport, neste sábado (26), na Ilha do Retiro. O Leão, que faz campanha ainda pior que a santista, arrancou um empate importante diante do Vitória e chega motivado. Cabe agora a Cleber Xavier refletir: o que o campo está dizendo?
Lateral direita e mudanças táticas no Santos
É notório que um dos maiores problemas do Santos nos últimos anos passa pela lateral direita. Em 2025, já atuaram na posição Léo Godoy, Aderlan, JP Chermont, Luisão (improvisado) e Escobar (também improvisado). Nenhum, porém, convenceu.
Os erros de Escobar contra o Internacional foram decisivos para o placar: falhou na cobertura no primeiro gol e cometeu o pênalti no segundo. As falhas ocorreram tanto no posicionamento quanto na movimentação, reflexo de atuar em uma função invertida à que está acostumado.
Independentemente de quem for escolhido para enfrentar o Sport, o torcedor santista estará desconfiado. Talvez seja o momento de Cleber Xavier apostar em quem acabou de chegar ou, ao menos, adotar uma nova formação.
Uma possibilidade é utilizar três zagueiros, o que potencializaria as características ofensivas dos laterais. JP Chermont e Souza, que têm a vocação ofensiva como ponto forte, poderiam render melhor no esquema. Na zaga, Luan Peres e João Basso ganhariam o reforço de Luisão, aumentando a estatura e o poder de marcação. Assim, a mudança traria benefícios duplos: equilíbrio defensivo e liberdade para atacar.
Gabriel Bontempo pede passagem
Willian Arão está fora do jogo contra o Sport, mas Rincón volta a ser opção – ainda que não necessariamente para o time titular. Na derrota para o Internacional, João Schmidt e Zé Rafael não conseguiram dar ritmo ao meio-campo, tanto ofensivamente quanto na recomposição defensiva. O primeiro gol do Colorado é um exemplo claro: Alan Patrick teve espaço para dominar a bola e encontrar Carbonero livre nas costas de Escobar.
Por outro lado, Gabriel Bontempo entrou e mostrou personalidade. Em 45 minutos em campo, teve participação discreta, porém eficiente: acertou 83% dos passes (20/24), deu dois passes decisivos, finalizou uma vez (sem acertar o gol), somou 36 ações com a bola, venceu 70% dos duelos (7/10) e ainda contribuiu com cinco desarmes e duas interceptações.
É difícil imaginar que o garoto resolva todos os problemas do Santos, mas, se ele conseguir dar fôlego ao meio-campo, já será um sinal de evolução. Bontempo vem pedindo passagem não é de hoje.
Ataque precisa de sobrevida
Até o momento, nem Deivid Washington nem Tiquinho Soares entregaram o futebol que a torcida espera.
Luca Meirelles, promessa da base santista, surge como opção para o comando de ataque. Contra o Internacional, em 28 minutos, Luca acertou todos os passes (4/4) e somou 12 ações com a bola.
Para a velocidade, além de Robinho Jr., que vem ganhando espaço, Mateus Xavier é mais uma alternativa. O Menino da Vila teve o contrato renovado nesta semana e busca conquistar seu espaço entre os profissionais.
Para que as apostas nos jovens funcionem, eles precisam do apoio dos mais experientes, paciência e, sobretudo, oportunidades.
Nesse contexto, peças como Luan Peres, que dá sustentação defensiva, Souza, em boa fase, e as individualidades de Neymar e Rollheiser podem crescer e ajudar o time a encontrar soluções que ainda não apareceram.
Ao técnico Cleber Xavier, cabe abrir os olhos e entender que o campo sempre tem algo a dizer. Ele nunca mente.