Saltadora russa Yelena Isinbayeva anuncia a aposentadoria

Bicampeã olímpica aproveita coletiva sobre a sua eleição para a comissão de atletas e diz que encerra, decepcionada por não lutar pelo tri olímpico, a carreira nas pistas

Isinbayeva
Sem esconder a revolta por não poder disputar os Jogos do Rio, Isinbayeva deixa as pistas e passa a ser dirigente esportiva (Reprodução/Instagram)

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Com muito  floreio e até dizendo que seria incerto dizer se  ainda teria condições ou não de competir em Tóquio-2020, a russa Yelena Isinbayeva, - bicampeã olímpica (2004 e 2008) e lenda do salto em altura agora eleita para a  comissão de atletas do COI -  anunciou a aposentadoria  das pistas.

- Me parece algo triste dizer que aqui no Rio estou concluindo a carreira profissional. Porém, com a eleição para a comissão eu não me despeço do esporte que me deu tantas medalhas. Mas, neste momento, passo a me apresentar como uma atleta que concluiu a carreira - disse a russa.

Foi claro o desconforto da russa em anunciar a decisão. Ele despistou três perguntas diretas sobre o assunto e só na quarta, já na reta final da coletiva, foi que deu a resposta acima.

Isinbayeva aproveitou para deixar claro que se considera injustiçada por não ter o direito de competir na prova de salto em altura quando tinha condições de vitória devido a suspensão da equipe de atletismo de seu país dos Jogos por causa de doping. Ele disse que atletas limpos não poderiam ser punidos pelos erros dos companheiros.

- A federação de atletismo estabeleceu critérios impossíveis de serem cumpridos. Ainda assim eu fiz sete testes fora da Rússia e todos mostraram que estava tudo bem comigo.  Por qual motivo atletas como eu deveriam ser penalizados por problemas de outros?  Acreditava na minha vitória. Estou em condições de saltar 5,10m.  Então, como podem competir sem a minha presença, uma atleta limpa, acham que é honesto? Quem vencer será campeã olímpica, mas a medalha não será plena.  Não me venceram - disse.

Ela também  confirmou que não estará no Estádio Olímpico vendo a decisão da prova na qual é bicampeã olímpica.

- Prefiro acompanhar atletas russos da luta e do vôlei, que têm condições de medalhas, -disse.

Embora tenha sido crítica em alguns momentos, o  discurso da russa foi bem menos  eloquente daquele que fez quando desembarcou no Brasil e disse que jamais perdoaria aqueles que tiraram dela o sonho de mais uma vitória.

- No aeroporto estava muito emotiva. Mas hoje dou perdão a todos por essa injustiça, ao Sebastian Coe, ao comitê.  Mas se eles ainda acreditam que o que fizeram foi a coisa certa (eliminar o atletismo russo da Olimpíada do Rio) espero lutar  para que isso seja refeito - disse a nadadora, que não pretende usar o cargo que possui no COI para se vingar do desafeto Coe, que é o presidente da  Associação Internacional de Federações de Atletismo, a  IAAF (sigla em inglês).

Só que, em seguida, ela aproveitou para alfinetá-lo.

-  Sou da comissão de atletas do COI, faço parte da IAAF e somente um membro, que é minha amiga, me parabenizou pela eleição.

Isinbayeva dirigente

 No início da coletiva, a agora ex-saltadora  comentou sobre a sua eleição e o que ele pretende fazer no cargo:

- Campeões olímpicos do mundo inteiro voltaram em mim, numa demonstração de confiança. Ganhei votos de rivais de prova, atletas de muitos países. Agora estou na luta. Não quero ver atletas sofrendo pelos erros dos outros e é isso o que farei. Estou feliz também com a posição objetiva do presidente do COI Thomas Bach. 

A russa foi eleita para um mandato até 2024. Além dela fazem parte da chapa a esgrimista alemã Britta Heidemann, o mesatenista sul-coreano Ryu Sueg e o nadador húngaro Daniel Gyurta.




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