Andressa Alves lembra incerteza em início de carreira no futebol: ‘Não sabia se conseguiria viver disso’

Em entrevista ao LANCE!, jogadora da Roma-ITA analisou crescimento da modalidade no Brasil<br>

Cicinho e Andressa Alves
Jogadora da Roma e da Seleção, Andressa foi muito comemorada no evento patrocinado por Pepsi (Foto: Divulgação)

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Não há dúvidas de que o futebol feminino é uma modalidade em ascensão no Brasil, mas, para chegar no nível que estamos atualmente, muitas meninas ralaram muito para conseguirem construir essa base que hoje começa a colher frutos. Uma delas foi Andressa Alves, que atua na Roma-ITA e na Seleção Brasileira, e é um dos ícones desse esporte que ainda tem muito a crescer no país.

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Andressa conversou com o LANCE! durante evento da Pepsi em que estrela campanha da marca de refrigerantes. Em entrevista à reportagem, a atacante destacou mudanças que são possíveis de enxergar no futebol feminino atual em relação ao passado, ainda que as condições estejam longe de serem comparadas com o exterior.

- A visibilidade é totalmente diferente. A gente vê jogos passando em TV aberta, em canal fechado, as marcas querendo patrocinar. Antes era muito escondido, não tinha isso que a gente está recebendo - declarou a atleta da Seleção antes de completar:

- Os clubes lá fora ainda têm mais estrutura, mas aqui no Brasil está caminhando e espero que seja como é o futebol masculino.

Segundo a jogadora, o início na modalidade não foi nada fácil. Além do preconceito, Andressa teve dúvidas se seguiria a carreira por conta do risco de instabilidade financeira que o caminho poderia gerar. Não havia indícios de que seria possível viver do futebol feminino. Mas o talento para a prática do esporte já era sabido desde a barriga de sua mãe.

- Meu começo foi difícil, porque não era valorizado. Você não sabia se conseguiria viver do futebol. Minha mãe falava que, na barriga, não sabia se era menino ou menina, mas eu já chutava, chutava, chutava.

Apesar da situação difícil que o futebol feminino ainda oferece, Andressa incentiva meninas a buscarem o sonho.

- Acho que é não desistir, a gente sabe que são muitos os empecilhos, mas eu passei por muitos deles. Eu morava na Zona Norte, em Taipas, e ia treinar na Mooca, tinha que ir para a escola de manhã, pegar ônibus, pegar metrô lotado. Então é o seu sonho, tem que correr atrás e, depois que você realiza, é a melhor coisa do mundo.

Importância do futebol de rua nas comunidades

Andressa Alves foi uma das capitãs de um torneio organizado pela Pepsi em uma campanha que colocou a comunidade da Rua Catar, no bairro Cidade Tiradentes, em São Paulo, como palco. E o ambiente foi bastante familiar para a jogadora, que também jogou muito futebol em campinhos improvisados no meio da rua.

- Lembra um pouco a minha infância, de jogar na rua, de sentir essa adrenalina da torcida, que era o time que esperava fora. Animal. É um evento sensacional - disse a atacante antes de falar da importância o futebol de rua e de eventos como esse:

- O futebol na rua faz total diferença, porque é um jogo mais ligeiro, de mais esperteza, a famosa ginga brasileira, para se livrar da marcação. Muito legal (fazer o evento na comunidade), pessoal todo fazendo barulho, a torcida gritando muito - concluiu.

Aos 30 anos e desde 2015 jogando na Europa (Montpellier-FRA, Barcelona-ESP e agora Roma-ITA), Andressa Alves tem mais de 100 jogos pela Seleção Brasileira, além de duas Copas do Mundo (2015 e 2019) e dois Jogos Olímpicos (2016 e 2020) no currículo. Sem contar dois títulos de Copa América (2014 e 2018) e o ouro no Pan de 2015.

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