ORLANDO (EUA) – O Flamengo encara o Bayern de Munique no próximo domingo (29), pelas oitavas de final do Mundial de Clubes, e Bruno Henrique tem estratégia para superar a defesa alemã. Ex-jogador do Wolfsburg, o atacante analisou, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (26), o estilo de jogo do adversário e apontou o "mano a mano" como fator-chave para o Rubro-Negro.
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— A lembranças que eu tenho é de um time que marca muito forte, uma equipe bem compacta e onde a gente vai ter que ter o um para um, mano a mano, na agir nossa brasilidade, porque assim a gente pode conseguir ter êxito. É um time que marca muito mano a mano, e a gente tem jogadores rápidos na frente, jogadores que podem decidir um para um, podem conseguir levar vantagem nesse jogo — analisou o camisa 27.
O ídolo rubro-negro foi questionado sobre a postura a ser adotada pela equipe diante dos Bávaros. Segundo BH, Filipe Luís manterá a identidade de jogo, mas é necessário ter precauções a mais e "se ajudar" em campo. Além disso, afirmou não saber se será titular.
— Como vocês já sabem, o Filipe tem uma identidade da forma que ele joga, independente da equipe que a gente enfrenta, o Flamengo sempre vai jogar para a frente. É claro que temos que ter as precauções ali. Todo mundo correr, todo mundo se ajudar, acho que torna mais difícil para o Bayern entrar na nossa linha. Então, eu vejo muito isso nesse jogo agora, todo mundo se ajudando desde o campo. Que a gente possa conseguir uma grande vitória, é o que todos nós queremos, sabemos que a dificuldade vai ser. Ainda não sei se eu vou ser titular — disse o atacante.
Bruno Henrique avaliou também a possibilidade de atuar junto de Luiz Araújo e Gonzalo Plata. Ele exaltou a velocidade do trio de ataque e a dificuldade que isso impõe à defesa adversária.
— A gente se conecta muito bem ali na frente, são jogadores rápidos. Hoje nenhum zagueiro quer ficar correndo atrás de atacante rápido (risos), nossos zagueiros sempre falam isso. É difícil ter que correr 30, 40 metros para trás. Acredito que, quando o Filipe pensa numa escalação assim, com mais jogadores rápidos na frente, é para esse ponto, porque ele vê a linha defensiva, as dificuldades em correr para trás, e ele acaba optando pelos jogadores rápidos na frente, que sabem atacar o espaço, mas também sabe jogar no pé. Então, acho que é essa linha que eu vejo que ele enxerga — explicou.
Perguntado sobre a alta estatura da defesa do Bayern, o camisa 27 voltou a citar a velocidade como crucial para superar os alemães.
— Velocidade. Eles não vão querer correr 30, 40 metros para trás. Mas, se a gente estiver de costas, eles são mais fortes que a gente, vai ser o jogo perfeito para eles. Então, se a gente tiver jogadores rápidos na frente para atacar o espaço o tempo todo, acho que nesse ponto a gente pode gerar grande vantagem sobre as costas deles — definiu.
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Outras respostas de Bruno Henrique antes de Flamengo x Bayern
Retorno à boa fase
— Todo jogador tem altos e baixos. Comigo não é diferente, não foi, né? Eu procuro sempre estar no meu melhor, cada dia. Então, nesse tempo para cá, estou procurando me dedicar mais como centroavante, como eu tenho jogado, e para poder ajudar a equipe do Flamengo. Acho que o segredo é esse, é trabalhar cada dia para poder chegar onde eu quero chegar.
Jogar pendurado contra o Bayern
— No último jogo, todo mundo veio falar comigo a respeito desse cartão, e fiquei muito apreensivo dentro do jogo. Claro que eu não queria estar de fora de um grande jogo que a gente tem pela frente, mas sou experiente em conseguir manter a calma e não chegar de uma forma mais dura para levar o cartão. Mas, nesse jogo agora estou bem, estou pronto para poder ajudar o Flamengo mais uma vez e espero poder ajudar novamente.
Patamar da história do Flamengo
— Desde quando eu cheguei no Flamengo, e em outros clubes também que eu passei, sempre procurei dar o meu melhor e ajudar a ganhar jogos, títulos também. Claro que aqui no Flamengo eu sou muito feliz, ganhei 16 títulos e quero poder ganhar mais, para entrar cada vez mais na história do Flamengo. Então, acho que o patamar que eu posso dizer é de ganhar títulos, o que importa, é o que vai ficar marcado na história do Flamengo. É isso que eu vou procurar fazer nesse tempo que eu tenho aqui.
Empate com o LAFC
— A gente sabia que a vitória é o que a gente queria e também tinha um prêmio, um valor que o Flamengo receberia também com essa vitória. Não é porque tinha esse valor que a gente não queria perder, a gente quer vencer todos os jogos. A gente tem um pouco de dificuldade quando a gente pega uma linha de cinco, né? Três zagueiros ali, com dois laterais mais baixos, é uma dificuldade que a gente está tendo um pouco nesse ponto. Acabou sendo um jogo bom para o Los Angeles, mas não vejo que a gente jogou mal também não, vejo que a gente fez um bom jogo. É claro que propomos o jogo o tempo todo e uma hora a bola vai acontecer de entrar. Foi o que aconteceu nesse jogo. Dessa forma que a gente tem que projetar, um jogo de cada vez. O jogo contra o Los Angeles foi dessa forma, mas contra o Bayern, a gente tem que estar ligado 100% para não acontecerem lances bobos e eles saírem na frente.
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Imprensa alemã vê Flamengo mais fácil que o Chelsea
— Futebol é no campo, 11 contra 11. Não tem essa. A gente tem que se concentrar bastante. É o jogo das nossas vidas. Eles podem pensar dessa forma. Mas a gente encara e pensa como uma final. Vamos entrar como se fosse uma final.
Psicológico em meio a questões pessoais
— Acho que primeiramente eu procuro estar com a minha família, eles me dão apoio todo dia. Eu sou reservado, gosto de estar sempre com pessoas que me ajudam de alguma forma, que querem o meu bem. É o que eu quero para minha vida. Eu estou bem, nos EUA, com a minha família, jogando o Mundial e curtindo um pouco desse paraíso aqui. Eu estou muito feliz e contente de mais uma vez representar o Flamengo no Mundial. Quero estar em outros também.
Comparação com a final de 2019
— Todo mundo correndo e se ajudando. Independente de quem é mais velho ou mais novo. Esse é o espírito do time. A gente não negocia. O Filipe também não negocia. Filipe cobra que a gente jogue com intensidade. Todo mundo correndo e se ajudando, a gente consegue ganhar jogos. Diante do Bayern, uma equipe tão difícil, acho que se a gente correr e se ajudar, a gente tem condição de ganhar o jogo. É difícil, mas não é impossível. Vamos enfrentar uma equipe europeia, mas já mostramos que ganhamos do Chelsea, mas na minha visão o Bayern é bem melhor que o Chelsea. Vai ser um grande jogo e eu espero que a gente esteja em uma tarde iluminada e a gente possa vencer.
Passa algo diferente na cabeça antes de jogos decisivos?
— Não, eu procuro sempre dar o meu melhor. Nesses jogos, eu não sei o que acontece, eu me concentro mais, mas parece que a minha mente se blinda. Eu penso na equipe que vamos enfrentar, vejo vídeo dos zagueiros e laterais que vou enfrentar. Eu procuro estar no momento exato para finalizar, eu espero que a gente faça um grande jogo diante de uma grande equipe e que a gente possa vencer.
Ajustes após a fase de grupos
— Já tivemos em outros jogos, e no jogo do LA, quando a gente enfrenta uma equipe com a linha bem baixa, a gente tem dificuldade de entrar. São cinco, oito jogadores marcando. É mais difícil entrar. Quando a gente joga com uma equipe que deixa a gente jogar, a gente consegue desempenhar melhor o nosso futebol e nossa tática.
Arrascaeta e Wallace Yan
— Arrasca eu vejo diferença em tudo. Ele é o 10 do Flamengo. Craque. Seleção. Copa do Mundo. Ele é uma referência para nós. Eu me identifico bastante. Tem qualidade de passe, gol. Sempre que eu jogo com ele, ele me dá toque, diz para eu ficar ligado. Ele acha toques meio mágicos. Ele está vindo de vários jogos bons, espero que ele possa nos ajudar mais uma vez.
— Eu me identifico no Wallace Yan. Ele corre, ajuda, marca gol. Eu vejo ele ser iluminado. Tem muita estrela. Fez gol contra o Chelsea, LA. Jogo grande ele não se esconde, vai para cima. Ele vai ter muito êxito no Flamengo e vai nos ajudar bastante enquanto estiver com a gente.