O Los Angeles FC (LAFC), adversário do Flamengo no Mundial de Clubes 2025, se pronunciou oficialmente nesta semana em meio à crescente onda de protestos que tomou conta da cidade após uma série de operações de imigração conduzidas pela ICE (Immigration and Customs Enforcement). Em uma nota publicada em inglês e espanhol, o clube reiterou seu compromisso com a comunidade local, destacando os valores de inclusão e diversidade que moldam sua identidade.
“O LAFC acredita que a verdadeira força da nossa comunidade vem das pessoas e culturas que compõem o tecido desta bela e diversa cidade.
Hoje, quando tantos em nossa cidade sentem medo e incerteza, o LAFC está lado a lado com todos os membros da nossa comunidade.
Estamos com você, Los Angeles.”
Os protestos em Los Angeles
A declaração surge em um momento de tensão. Nos dias 6 e 7 de junho, mais de 100 pessoas foram presas em três grandes operações da ICE nos bairros do Fashion District. As ações, marcadas por confrontos com manifestantes e uso de gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral, causaram indignação generalizada, especialmente entre comunidades latinas.
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As manifestações cresceram com rapidez, impulsionadas por críticas à decisão do presidente Donald Trump de autorizar o envio de 2.000 soldados da Guarda Nacional a Los Angeles — medida que ocorreu sem o aval do governador da Califórnia, Gavin Newsom, e foi classificada como “ilegal” e “uma escalada desnecessária”.
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LAFC e a comunidade mexicana: laços que transcendem o futebol
A postura do LAFC não surpreende os torcedores. O clube é conhecido por seu forte vínculo com a comunidade latina, especialmente com a população mexicana e méxico-americana. A principal torcida organizada, a 3252 — fundada em parte por ex-membros da antiga Chivas USA —, é composta majoritariamente por latinos.
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Essa identidade cultural se expressa com força nas arquibancadas do BMO Stadium: tambores aztecas, cantos em espanhol, coreografias com tifo temático e a vibração típica de uma torcida latina fazem do estádio um reflexo vivo da cidade.
A conexão ganhou ainda mais força com a chegada de Carlos Vela em 2017. O atacante mexicano se tornou o rosto da franquia, atuando como uma ponte simbólica entre o clube e a comunidade mexicana em Los Angeles. Vela disputou 189 partidas, marcou 93 gols e deu 54 assistências. No fim de maio, aos 36 anos, ele anunciou sua aposentadoria dos gramados — encerrando um ciclo de grande representatividade para a cidade e o clube.