Testemunha de defesa de Carlos Arthur Nuzman no caso que investiga a possível compra de votos para eleger o Rio de Janeiro como sede dos Jogos de 2016, Pelé será ouvido pelo juiz Marcelo Bretas no próximo dia 29 de maio. Inicialmente, ele pretaria depoimento na próxima segunda-feira, mas seu advogado pediu a mudança na data com a justificativa de que o cliente passa por um tratamento. A informação é do colunista Lauro Jardim, do "O Globo".
Pelé, de 77 anos, foi embaixador da candidatura da capital fluminense para receber o megaevento. Atualmente, ele mora em Santos, mas estaria passando pelo tratamento em Brasília nos últimos dias. O depoimento será dado por meio de videoconferência.
Pelé tem enfrentado problemas de saúde nos últimos anos. Desde 2012, o ex-jogador foi submetido a três cirurgias, uma no fêmur, outra no menisco e outra na coluna. Suas aparições públicas são cada vez menos frequentes.
A investigação da Polícia Federal, que teve início em parceria com o Ministério Público da França no ano passado, apontou indícios de que Nuzman teria atuado como ponte para unir o empresário brasileiro Arthur Soares e dirigentes com poder de voto na eleição sobre a sede olímpica.
Os trabalhos concluíram que foram pagos US$ 2 milhões em propina para o senegalês Lamine Diack, ex-membro do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Nesta sexta-feira, reportagem da "Folha de São Paulo" publicou que a propina paga a Diack comprou quatro votos no COI. A informação foi dada pelo economista Carlos Emanuel Miranda, apontado como o gerente da propina do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), em acordo de delação.
O advogado de Nuzman, João Francisco Neto, disse que a delação deve ser considerada "conversa de cadeia" e afirmou que ela não tem valor para incriminar o ex-presidente do COB e do Comitê Rio-2016.