Rayssa Leal chamou atenção do Brasil de fadinha em um vídeo nas redes sociais, mas foi em Jogos Olímpicos que conquistou o coração do mundo. Há pouco mais de um ano de Paris 2024, a skatista celebra sua segunda medalha olímpica aos 17 anos. Em conversa exclusiva com o Lance!, a "Fadinha" contou que voltou às ruas para se manter em forma neste início de ciclo para Los Angeles 2028.
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A última segunda-feira, 11 de agosto, marcou exato um ano desde as últimas Olimpíadas. O Lance! aproveita a data, a cerca de três anos dos Jogos de Los Angeles, para debater o momento olímpico brasileiro com quem é protagonista, o atleta. A sequência de entrevistas com medalhistas que brilharam em Paris começou com a ginasta Rebeca Andrade. Na terça-feira (13), foi a vez da judoca Bia Souza, seguido da Duda Lisboa, na última quarta (14). Para fechar a semana, o colunista Lauter Nogueira fará um balanço do esporte olímpico brasileiro
Leia a série "Legado de Paris" completa no Lance!:
➡️ Legado de Paris: Bia Souza celebra a visibilidade após o ouro olímpico
➡️ Legado de Paris: Rebeca Andrade quer ser referência para além dos resultados
➡️ Legado de Paris: Duda Lisboa busca inspirar gerações no vôlei de praia
Continuação de um sonho olímpico
O pódio não é novidade para a skatista de 17 anos em sua carreira no esporte. Desde 2019, quando Rayssa bateu seu primeiro recorde, a brasileira acumula grandes feitos na categoria de skate street. Na época, ela se tornou a mais jovem a vencer uma final no Street League Skateboarding World Tour em Los Angeles.
Os anos seguintes foram marcados pelos sucessos de Rayssa Leal em competições nacionais e internacionais de skate. Em campeonatos mundiais, venceu o World Skate (WS) em duas oportunidades (Sharjah 2022 e Roma 2024), e o Street League Skateboarding (SLS) em outras três (Rio de Janeiro 2022, e São Paulo 2023 e 2024).
Enquanto isso, nas Olimpíadas de Tóquio 2020, Rayssa voltou a subir no pódio em sua estreia olímpica. A brasileira superou grandes adversárias para conquistar a sonhada prata. Quatro anos depois, Fadinha voltou a celebrar em Paris 2024, quando levou o bronze para casa. Essa última, inclusive, foi muito celebrada pela brasileira ao Lance!.
— Agora são duas medalhas olímpicas, né? Me sinto orgulhosa e feliz de ter conseguido mais essa conquista para o Brasil — afirmou Rayssa Leal.
De volta às origens
Em passeios pelas cidades grandes ou pequenas, é difícil não achar pelo menos um skate nas ruas, principalmente em praças e parques. O skatista utiliza das estruturas urbanas para criar manobras e se aventurar entre bancos, corrimãos e meios-fios, assim como faz Rayssa Leal. A brasileira acredita que está cedo para se preparar para as próximas Olimpíadas, mas que o treinos sejam forte para outras competições.
— Ainda está um pouco longe para falar em preparação. Como comentei, tenho andado bastante na rua, tentado manobras novas e continuo participando de campeonatos — comentou a skatista.
A fadinha do skate enfrenta pela primeira vez duas etapas da SLS no mesmo ano em seu país. Além da tradicional final em São Paulo, sede da SLS Super Crown World Championship, o Brasil contou com uma disputa em Brasília no mês de julho. Nas quatro últimas etapas realizadas — contando a nova na capital brasileira —, Rayssa Leal venceu todas.
Um legado para as novas gerações
— Eu acredito que conseguimos dar mais visibilidade para o skate feminino. Não só eu, mas todas as skatistas do mundo! E eu quero continuar sendo essa inspiração para as crianças, para os jovens, para que eles pratiquem esportes e corram atrás dos seus sonhos — confessou Rayssa Leal, em conversa ao Lance!
A confissão da skatista, no entanto, já é realidade entre os jovens brasileiros da categoria. Apesar da idade, Rayssa se consolida como uma das maiores atletas do Brasil da atualidade e inspira uma nova geração de talentos no skate.
Esse legado de Rayssa Leal colocou o skate entre as modalidades queridinhas do Brasil, que vê a representatividade crescer cada mais vez. No Pan Júnior de Assunção, por exemplo, o primeiro ouro da categoria ficou nas mãos da brasileira Maria Lúcia, que vê na Fadinha uma grande inspiração para transformar a "brincadeira" em coisa séria.
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Final do skate street no Pan Júnior
Atual campeã brasileira Pro, Maria Lúcia disputou a Copa do Mundo de skate street e foi a melhor brasileira nas semifinais, com a segunda maior nota na classificação geral. Na final, ela terminou as voltas, primeira parte da prova, na liderança, e confirmou o título durante os best tricks, somando 151,21 pontos. A norte-americana Poe Pinson e a Argentina Morena Dominguez completaram o pódio.
Além de Maria, Daniela Vitória foi mais uma representante do Brasil a alcançar as finais da competição. A skatista, que integra a seleção brasileira júnior desde 2020, foi a quarta colocada na semifinal. Na decisão, ela terminou com 108,72 pontos e ficou na quinta colocação.