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Dia 16/09/2025
19:45
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Parece que foi no mês passado, que aconteceram as duas provas de Marcha 35km, e acompanhamos a atuação heróica de Caio Bonfim e do canadense Dunfee. Tanta coisa aconteceu desde lá. Tantas vitórias espetaculares, disputas inesquecíveis e derrotas dolorosas. Mas nem chegamos à metade do Mundial de Tóquio! E, até agora, para você, meu fiel leitor, qual prova mais lhe encantou? 

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Por enquanto, deixemos este passado recente, guardado num cantinho especial da memória. Voltemos ao agora, no fim do quarto dia de Mundial:

Abrimos os serviços com as sete séries classificatórias dos 800 masculino. Nesta temporada, tanto os homens quanto as mulheres, nas provas de 800 metros, elevaram os parâmetros de performance. Onde, há 10 anos reinava apenas David Rudisha, hoje habitam grandes atletas, vindos de muitos lugares. Sejam os quenianos, como Rudisha, ou os britânicos, fazendo valer a escrita da boa escola real de meio fundo, ou de Botswana, forjados, na velocidade das provas de 400 metros. E o que dizer dos EUA? Não satisfeitos com o retorno em grande estilo de Donovan Brazier, vencedor da 7a bateria, soltinho, ou o surgimento de um gênio das duas voltas.

E não foi como Cooper Lutkenhaus, um adolescente de 16 anos, que foi prata no campeonato americano de atletismo, sonhou, a sua estreia no Mundial. Foi muito peso para tão frágeis ombros, ele não conseguiu acompanhar os líderes, nem se livrar do bolo veloz de gente à sua frente. Foi penúltimo, e saiu cabisbaixo de sua fugaz estreia. Quem correu como um campeão foi o jovem de 21 anos, e já campeão olímpico, Emmanuel Wanyony, que nos fez lembrar saudosos,o grande Rudisha, até pela mecânica de corrida, pelo sorriso e pela busca incessante por vitória. Passa para as semifinais como favorito, de um pelotão de grandes atletas. Terá que superar muita gente boa. Veremos!

Assim também foram as semifinais dos 400, tanto a feminina quanto a masculina, mostrou muita gente boa correndo forte. Serão duas finais imperdíveis. Daquelas que contaremos para nossos netos. Vale assistir.

O que dizer sobre o voo solo de Faith Kipyegon? Ela é tricampeã olímpica,  pentacampeã mundial e recordista mundial da prova. Mas não quis nem saber de negociar uma provinha em ritmo xoxo, e atacar nos 200 finais. Essa não é ela! Puxou desde o princípio o ritmo que queria, quem quisesse viesse com ela. Ninguém foi. Foi uma “prima donna” num solo de 3 minutos e 52 segundos. Diante de um público atônito. Assim são as divas!

Finais para se tornarem memoráveis no Mundial de Tóquio

E o amanhã? O que podemos esperar de amanhã? 

Ora, temos algumas finais prontas para se tornarem memoráveis. Para começar, temos um salto com vara sub 5 metros, onde praticamente todas têm chances de medalhas. Imperdível!

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E também imprevisível será o salto em distância masculino, onde todos os finalistas se concentram entre 8m14 e 8m46. É nesta faixa de “areia” que acontecerá a batalha final!

A final dos 3 mil c/ obstáculos feminina, promete ser tão dramática quanto a masculina, mesmo com o Quênia querendo aprontar como aprontava há algumas décadas atrás, ser dona do pódio completo! A barenita Yavi e a ugandense Chemutai, prometem que não deixarão! A ver!

Enfim, chegamos à final dos 1.500 para homens. Pois é, a ausência de Jakob Ingebrigtsen fez com que esta prova se tornasse mais interessante. E, sim, mais uma vez, teremos muitos atletas para tão pouco pódio. São 10 os candidatos diretos às medalhas, numa prova onde a ocupação de espaço em movimento, tem feito muitas vítimas neste mundial. Serão três voltas e mais um quarto de puro suspense!

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Mas a grande final do dia, não será uma final, e sim três séries semifinais. Os 400 com barreiras masculina, que acontece, anote aí, à partir das 9h30, para nós será uma final, principalmente a semi número três, onde teremos já, novamente, um duelo de alta tensão, Alison Piu dos Santos, contra Ray Benjamin. Sim! Dois dos três tenores se cruzam nas semifinais. Eles passearam nas eliminatórias, mas terão que fazer apresentação de gala nesta semi. Será um duelo particular, na casa dos 46 segundos, enquanto os coadjuvantes assistem de longe, nos 48 segundos! 

Que venha um duelo digno deles, um espetacular aquecimento para a grande final. Sempre, quando se encontram para uma apresentação de gala, Piu, Benjamin e Warholm, dão o máximo, pois sabem, que ali está o máximo onde a humanidade pode chegar. 

Aguardemos, pois, mais um dia insano, neste insano mundial!

Lauter Nogueira

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