Fim do mistério envolvendo a desistência de Duda Lisboa e Ana Patrícia do Mundial de Vôlei de Praia. Nesta segunda (24), a defensora usou suas redes sociais para revelar que vem sofrendo com doenças emocionais e que isso foi o fator decisivo para abrirem mão de tentar conquistar o torneio pela segunda vez.

Desde a saída das campeãs olímpicas do Mundial, muitas dúvidas surgiram. A nota da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) falava em "análise médica e exames a serem feitos na volta ao Brasil". Ana Patrícia se pronunciou e deu a entender que o problema não era lesão física. Conforme o Lance! antecipou, a questão envolvia Duda e não havia briga entre a dupla. Juntando os pontos, se tornava claro que era uma questão envolvendo a saúde mental da defensora.

➡️ Duda e Ana Patrícia não desistiram do Mundial por lesão

Por conta do mistério, muitas dúvidas ficaram no ar. A intenção de Duda era se preservar mas, diante de tantos questionamentos, decidiu revelar ao público. Ela revelou que está há um ano apresentando sinais de ansiedade, tendo crises em diversos jogos. A mais forte ocorreu ainda na fase de grupos, contra a equipe porto-riquenha. A situação foi embalada pelo desconforto que Ana Patrícia sentia na região posterior da coxa.

— Vencemos o duelo, mas ali ficou claro que eu precisava respeitar os meus limites. Era a minha saúde em jogo. Do outro lado, a minha parceira já vem há algum tempo lutando com um desconforto na posterior da coxa. Foi então que, em comum acordo com a comissão técnica e médica e direção técnica da CBV, após algumas avaliações prévias, optamos por não seguir. Foi uma decisão muito difícil, pois o atleta de alto rendimento quer competir. Mas, naquele momento, era preciso pausa — explicou a atleta.

Duda e Ana Patrícia venceram as porto-riquenhas no Mundial de Vôlei de Praia 2025 (Foto: Voleyball World)

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Veja o pronunciamento de Duda Lisboa na íntegra:

"Eu precisei de um tempo para vir aqui falar com vocês, para poder organizar o pensamento e me abrir com toda a transparência que eu sempre tive em minha vida. E falar sobre algo tão pessoal e tão íntimo nem sempre é fácil."

"Há cerca de um ano, venho apresentando sinais de que algo não estava bem. Foram várias crises de ansiedade em alguns jogos da temporada. A última, e mais forte, foi justamente na partida contra a dupla de Porto Rico, na chave que levava para as para as oitavas de final do campeonato. Vencemos o duelo, mas ali ficou claro que eu precisava respeitar os meus limites. Era a minha saúde em jogo. Do outro lado, a minha parceira já vem há algum tempo lutando com um desconforto na posterior da coxa e também foi constantemente avaliada, conforme avançávamos na competição."

"Foi então que, em comum acordo com a comissão técnica e médica e direção técnica da CBV, após algumas avaliações prévias, optamos por não seguir. Uma decisão muito difícil, pois o atleta de alto rendimento quer competir. Mas, naquele momento, era preciso pausar."

"Eu vivo como uma atleta profissional desde os 12 anos de idade. Uma longa jornada de dedicação ao vôlei de praia. Quase 11 meses do ano viajando, abrindo mão de família, de experiências que certamente não voltam, para poder viver o meu sonho. Não me arrependo. Mas, às vezes, é necessário dar um passo atrás, para poder seguir em frente. E este momento chegou para mim. Nos próximos meses, vou priorizar minha saúde mental, essencial para minha performance no esporte e na vida."

"Compartilhar minha vulnerabilidade não me faz menos forte, mas mostra que sou humana, assim como vocês que lêem esta mensagem agora. Agradeço a Pati, ao meu time, minha família, Praia Clube, patrocinadores, Confederação Brasileira de Voleibol, Comitê Olímpico do Brasil e toda a torcida por não soltarem a minha mão."

"Seguimos juntos. E voltarei mais forte. Com carinho, Duda ❤️"

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