Supervisionado porMarcelo Velloso,
Dia 10/09/2025
09:30
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A recente indução do time olímpico masculino de basquete dos Estados Unidos de 2008, conhecido como "Time da Redenção", ao Hall da Fama, gerou um forte desabafo de uma lenda do esporte, que agora ganha o apoio de outro grande nome do basquete sul-americano. Juan "Pepe" Sanchez, primeiro argentino a jogar na NBA e membro da "Geração Dourada" que conquistou o ouro em Atenas 2004, criticou duramente a instituição.

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Juan "Pepe" Sanchez, primeiro argentino a jogar na NBA (Foto: Reprodução / Instagram)

— Eu não estou feliz que o time dos EUA de 2008 entrou para o Hall da Fama antes do time da Argentina de 2004 —, declarou Sanchez, dando início à polêmica. A essa declaração, Tiago Splitter, campeão da NBA pelo San Antonio Spurs em 2014, respondeu de forma enfática numa rede social: “Pepe tem razão”.

O apoio de Splitter, uma voz respeitada no cenário internacional, amplifica a crítica do argentino. Ambos apontam para o que consideram uma negligência histórica com uma das maiores façanhas do basquete mundial. O ponto central da indignação é a própria narrativa que deu origem à equipe norte-americana de 2008. — O Hall da Fama está introduzindo times e nem sequer lembram da gente? O time da redenção estava se redimindo por causa de quem?— questionou Sanchez.

A "Geração Dourada" argentina, liderada por Manu Ginóbili, Luis Scola e Andrés Nocioni, impôs duas derrotas emblemáticas a times dos EUA. A primeira, no Mundial de 2002, por 87 a 80, e a segunda, mais dolorosa para os americanos, na semifinal das Olimpíadas de Atenas, em 2004, por 89 a 81, abrindo caminho para o ouro argentino.

Foi justamente o bronze em Atenas que motivou a criação do "Time da Redenção", com astros como Kobe Bryant e LeBron James, montado para reconquistar o ouro olímpico.

— Só porque somos um país de pequena população, acho que estamos sendo esquecidos. Se fôssemos estadunidenses, já estaríamos no Hall da Fama — o ex-jogador argentino.

A crítica ganha força ao se analisar a lista de seleções no Hall da Fama. Até hoje, apenas quatro times nacionais foram eternizados, e todos são dos Estados Unidos: as equipes olímpicas masculinas de 1960, 1992 e 2008, e a feminina de 1976.

Sanchez ressaltou que a comparação não é sobre talento individual, mas sobre o impacto de uma equipe. — Não estamos comparando individualmente, isso seria muito estúpido […]. Estamos falando do time — disse ele.

O ex-jogador finalizou afirmando que tem o reconhecimento do time americano.
— Temos o reconhecimento de nossos colegas. Coach K (Mike Krzyzewski) nos conhece, (Gregg) Popovich nos conhece, LeBron nos conhece e nós temos o respeito deles. Jogamos basquete nível Hall da Fama e os resultados dizem isso—

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