O governo da Indonésia anunciou na última quinta-feira (9) que não permitirá a participação de atletas de Israel no Campeonato Mundial de Ginástica Artística, que ocorrerá em Jacarta a partir do dia 19 de outubro. A decisão foi confirmada pelo ministro da Justiça indonésio, Yusril Ihza Mahendra, seguindo diretrizes estabelecidas pelo presidente Prabowo Subianto.

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— O governo não concederá vistos a ginastas israelenses que pretendam participar do Campeonato Mundial de Ginástica Artística em Jacarta — declarou o ministro da Justiça indonésio.

A Corte Arbitral do Esporte (CAS) foi acionada e, de acordo com uma porta-voz para a agência de notícias AFP, emitirá uma decisão de emergência sobre o assunto até terça-feira (14).

Campeão olímpico barrado

O principal atleta impactado é Artem Dolgopoyat, do solo, campeão olímpico em Tóquio-2020 e atual campeão mundial. Com a proibição, o israelense não poderá defender seu título em Jacarta, abrindo a disputa por novos pódios caso a decisão seja mantida pela CAS.

Artem Dolgopyat, atual campeão mundial de Ginástica Artística (Foto: Ina Fassbender/ AFP)

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Contexto de restrição da Indonésia

A Indonésia, país de maioria muçulmana, não reconhece diplomaticamente o Estado de Israel e mantém essa política desde 1962, quando sediou os Jogos Asiáticos. Em 2023, o país perdeu o direito de sediar a Copa do Mundo Sub-20 de futebol devido à mesma política de restrição contra atletas israelenses.

O caso ocorre em um contexto de crescentes pressões internacionais para excluir Israel de competições esportivas. Em setembro, o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, defendeu a proibição de Israel em eventos esportivos internacionais, comparando a situação com as sanções impostas à Rússia.

No final de setembro, especialistas em direitos humanos solicitaram o banimento de Israel de torneios internacionais de futebol. Tanto a UEFA (confederação europeia) quanto a FIFA não atenderam a esses pedidos. A FIFA justificou sua recusa afirmando que a entidade não pode "resolver problemas geopolíticos", enquanto a UEFA engavetou solicitações semelhantes citando as negociações de paz em curso entre Hamas e o governo israelense.

Durante seu pronunciamento na ONU em setembro, o presidente indonésio criticou a "situação humanitária catastrófica" na Faixa de Gaza, defendendo a implementação da solução de dois Estados, mas também ressaltando a necessidade de garantir a segurança de Israel.

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