Com diferentes dificuldades e soluções, Palmeiras e Flamengo classificaram-se para as semifinais da Libertadores. O Verdão virou um jogo difícil contra o River Plate e vai enfrentar a LDU do Equador, enquanto que o Rubro Negro contou com os pênaltis para vencer o Estudiantes, e espera o Racing da Argentina. Dentro do esperado, deu a lógica na Libertadores.
Na minha coluna passada, escrevi que o São Paulo era o brasileiro mais encrencado, pois tinha que vencer por dois gols de diferença. E vencer no Morumbis não era tanto o problema, mas sim fazer o placar amplo. E com uma organização defensiva impecável, a LDU do técnico gaúcho Tiago Nunes gerou enormes dificuldades ao Tricolor paulista, que chegou a marcar dois gols, mas foram anulados por impedimento. Agora, resta só o Brasileirão para o time de Hernán Crespo.
Contexto é muito importante
O modelo de jogo que Filipe Luís gosta que seu time pratique é muito claro, e conhecido de todos os adversários. Sabe-se que o Flamengo gosta de propor o jogo e criar chances através da posse. Geralmente, os times tentam anular a saída de bola marcando os zagueiros de perto, e principalmente, não deixando que Jorginho dê as cartas. O que fez o Estudiantes? Marcou todo o time do Flamengo, menos Jorginho.
O camisa 21 jogou confortável, com espaço, mas sem opções limpas de passe. E quando tinha a posse, o time argentino abusou das bolas longas da defesa para o ataque, onde vencia as disputas da primeira bola e ficava com a segunda bola no campo do Flamengo. Esse contexto adverso ao modelo flamenguista, defensiva e ofensivamente falando, fez com que o Estudiantes fosse melhor e ganhasse o jogo. Mas não o suficiente para evitar os pênaltis. Nas cobranças penais, brilhou o goleiro Rossi com duas defesas para classificar o Mengão.
Entrosamento não depende só de tempo
Já são nove jogos da dupla Vitor Roque e Flaco López jogando juntos, e nesse período, o Vitor teve 11 participações em gols (sete gols e quatro assistências) e o Flaco teve sete participações em gols (seis gols marcados e uma assistência). Veja que, mesmo com pouco tempo jogando juntos, essa dupla criou um entrosamento espetacular. Além de elevarem o desempenho dos companheiros. Isso é mérito da estrutura de treino e execução nos jogos da comissão técnica do Palmeiras.
A virada sobre o River Plate, por mais que o time de Gallardo não seja mais o mesmo de outrora, é muito significativa. Pelo grande momento da dupla Vitor Roque e Flaco López, pela estrutura azeitada e funcional do coletivo, e por ter reservas que tem entrado e mudado as partidas, o Palmeiras colocou o cartaz de “favorito ao título” na porta. Se deu a lógica na Libertadores, é bom lembrar que estamos falando de futebol, e não dá pra menosprezar a Liga de Quito e o Racing de Avellaneda. Mas que tá com um cheirinho de final brasileira, isso tá.