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Roberto Jardim
Porto Alegre (RS)
Dia 21/08/2025
08:30
Atualizado há 1 minutos
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Qualquer análise da eliminação colorada após nova derrota para o Flamengo nas oitavas de final da Libertadores não passa apenas pelo 2 a 0 desta quarta-feira (20) no estádio Beira-Rio. Também não tem como deixar de fora a chuva de papel antes do tempo, que é a cara do Internacional nos últimos anos, um erro atrás do outro. São falhas que começam nos gabinetes diretivos, passam por setores internos, como o responsável pelos papeis picados, e entram no campo.

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Depois de 22 minutos de atraso, o Colorado voltou a sair perdendo – o que ocorreu pela 24ª vez no ano –, não teve forças e, aparentemente, ânimo, para buscar o resultado. Coletiva e individualmente o time esteve apático.                             

Erros diretivos e administrativos

A gestão Alessandro Barcellos tem sido uma sucessão de erros. Contratações duvidosas – como a de Diego Rosa, que veio da segunda divisão da Bélgica em fevereiro e já foi embora –; demora nas contratações; trocas sucessivas de técnicos sem muita convicção; falta de pagamento na compra de jogadores; folha de salário muito alta...

São erros que levaram a uma longa fila de eliminações: em quatro Copas do Brasil, três estaduais, três Libertadores e duas Sul-Americanas.

Dos gabinetes diretivos, os erros passam a outros setores, como o que seria responsável pelos papeis picados que caíram sobre o gramado. Pelo que o Lance! apurou, a chuva improvisada seria para comemorar a classificação – que não veio, aliás. Mas uma falha de comunicação, a cara do Inter nesses últimos anos, os pedaços dourados foram soltos antes do jogo começar.

Chuva de papel adiou começou do jogo em mais de 20 minutos (Foto: Maxi Franzoi/AGIF)

Lições não aprendidas

Nas duas derrotas anteriores para o Flamengo – 1 a 0 na partida de ida do torneio continental, no Maracanã, e 3 a 1 pelo Brasileirão, no Beira-Rio –, o técnico Roger Machado deu a entender que tirara lições. O Lance! elencou quatro delas: arrumar o meio-campo; marcação alta; cuidado nos contra-ataques e bola parada. Aparentemente, elas não foram aprendidas. A ver:

  1. o meio-campo não reteve a bola;
  2. a marcação alta não ofereceu pressão sobre a defesa rubro-negra;
  3. os contra-ataques do Flamengo só não resultaram em gols porque Bruno Henrique se adianto e ficou impedido;
  4. numa bola parada, quase que o time carioca fez um gol, numa defesa parcial de Rochet, que depois, salvou;  

Além disso, no jogo e na temporada, o treinador alvirrubro demorou a mexer no time – como na questão Rafael Borré e Enner Valencia ou na sequência de jogos com três volantes – e, como na eliminação, mexeu errado, ao tirar o melhor jogador em campo, o uruguaio Alan Rodríguez.

Alan Rodríguez era o melhor quando foi subsituído (Foto: Ricardo Duarte/SC Internacional)

Os erros em campo

Direção e técnico não entram em campo. Ali, cabe aos jogadores resolverem. E eles não resolveram. Capitão e centro técnico do time, Alan Patrick tem sumido em jogos decisivos. Foi assim contra o Fluminense. Foi assim contra o Flamengo. Vitão e Victor Gabriel sucumbiram rodada a rodada, com o time saindo do menos ao mais vazado em semanas. Sem Fernando, o meio-campo alvirrubro sucumbiu. O ataque enfrenta dificuldades para marcar gols.

Fora tudo isso, ou por tudo isso, rodada a rodada o time tem demonstrado apatia. A gana de buscar os resultados, como aconteceu contra Juventude, no Brasileirão, duas vezes contra o Nacional-URU e contra o Bahia, na Libertadores, a marcação sobre pressão e até jogadas ensaiadas não têm sido notadas.

Por todos esses pontos, a eliminação na Libertadores não passa somente pelo confronto de 180 minutos contra o Flamengo.

Alan Patrick sumiu nos jogos decisivos com Flamengo e Fluminense (Foto: Maxi Franzoi/AGIF)
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