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América colorada! Dirigente conta bastidores do Inter na Libertadores

Presidente do Internacional na época, Fernando Carvalho vê conquista de 2006 como 'conjunção esotérica', e exalta evolução de patamar do clube

Fernando Carvalho diz que 'espírito vencedor'  foi levado em conta na escolha de elenco (Foto: Itamar Aguiar/Freelancer/Lancepress!)
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A dimensão de que o nome do Internacional foi levado a "plagas distantes" depois da conquista da Copa Libertadores de 2006 tem um sabor ainda mais especial para Fernando Carvalho. Presidente do clube entre 2002 e 2006, Carvalho aponta o empate em 2 a 2 com o São Paulo, naquele dia 16 de agosto, como o início de um novo tempo colorado:

- É sempre bom relembrar momentos como este, ajudar as comemorações e ver que tive a sorte de participar de uma transição no Internacional. O clube tinha uma receita de R$ 20 milhões, não ganhava títulos de ponta e não participava de competições internacionais há muitos anos. Cheguei, ganhei uma Libertadores, um Mundial, uma Sul-Americana (em 2008, quando era vice de futebol) e uma das duas Recopas (em 2007, também como vice de futebol) e passamos a ter um faturamento de R$ 250 milhões - recordou, ao LANCE!.

O dirigente, que voltou ao clube na última terça-feira como vice de futebol, detalhou como foi formar um elenco digno de disputar competições de nível internacional:

- A montagem começou em 2003 e, após uma longa reformulação no ano seguinte, chegamos a quase 90% dos jogadores que estavam em 2006. Nossa busca foi por jogadores que tinham alguma projeção e outros com uma carreira consolidada que tivessem espírito de vencedor. Além disto, procuramos atletas em fim de contrato, e trouxemos nomes como Índio, Iarley, Fabiano Eller...

Já a escolha pelo treinador no ano de 2006 passou pela relação "de dedicação" ao Internacional. Segundo Fernando Carvalho, Abel Braga desembarcou no Beira-Rio com a chance de, finalmente, escrever sua história com títulos no Colorado:

- O Abel tem muita dedicação pelo clube, mas tinha um histórico de decisões nas quais bateu na trave pelo Inter. Além de perder uma final de Brasileiro (de 1988, para o Bahia), ele caiu nas semifinais da Libertadores de 1989. Propus a ele um desafio: retomar o trabalho da semifinal de 1989 (no qual o Colorado foi eliminado pelo Olimpia-PAR) para conquistar o título.

Por um destino, o futebol fez o Internacional ter como último obstáculo do título da Copa Libertadores justamente um São Paulo comandado por Muricy Ramalho, que comandara o Inter na campanha do vice-campeonato de 2005. Para o então presidente do Colorado, reencontrar o técnico que levou no ano anterior o clube à competição continental causou um momento a mais de apreensão na final:

- Foi muito ruim. Ele conhecia o grupo do Internacional, ajudou a montar a equipe do Brasileirão. Sabia de tudo o que a equipe era capaz de fazer, foi um risco muito grande.

Aos olhos de Fernando Carvalho, a conquista da Copa Libertadores de 2006 "recompensou" a equipe que lidou com as reviravoltas causadas pela polêmica da "Máfia do Apito" no Brasileirão. A denúncia de manipulação de resultados gerou remarcação de jogos e mudanças drásticas na classificação. O Inter saiu da liderança e, durante o empate em 1 a 1 com o Corinthians na reta final, a equipe gaúcha questionou um pênalti não marcado sobre Tinga.

- Acredito em coisas esotéricas. Houve uma conjunção cósmica. Nós merecíamos ter vencido, tínhamos a chance de ganhar o Brasileiro, mas, mesmo com o título não vindo, no ano seguinte fomos recompensados com a Libertadores.

A "senda de vitórias" do Internacional se estenderia a plagas ainda mais distantes ao fim daquele 2006. Mas esta história o LANCE! recordará no fim do ano.