Palmeiras e Corinthians se enfrentam nesta quarta-feira pelo segundo jogo das oitavas de final da Copa do Brasil. Para o Corinthians, eliminar o rival e seguir vivo é tudo o que ele pode fazer até o final do ano, visto que não tem nenhuma chance de conquista do Campeonato Brasileiro e foi varrido da Libertadores e em seguida da Sul-Americana. Para o Palmeiras, é apenas mais um e o menos importante troféu que pode conquistar, uma vez que está vivo na Libertadores e brigando pela ponta do campeonato nacional.
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O Corinthians foi hábil em transformar este dérbi em um campeonato à parte. Conquistou torcedores dos dois times com esta narrativa. Não se despreza um clássico deste tamanho, mas deixá-lo maior do que tudo interessa muito mais ao time do Parque São Jorge do que a seu rival, que vive momento histórico muito mais glorioso.
Mas o Corinthians conseguiu tragar o rival para a sua raia. Venceu o jogo de ida semana passada jogando como se fosse de uma decisão de verdade. Meses antes, venceu o Campeonato Paulista impedindo o tetra palmeirense na competição.
O Palmeiras sentiu o golpe. Da frase “cabeça fria, coração quente” de Abel Ferreira foi apagada a primeira parte. Tudo o que o Palmeiras tem sentido esses dias é o calor da decisão, mas sem nenhuma frieza. Isso ficou claro na forma abrupta como o treinador encerrou a entrevista coletiva depois do empate contra o Vitória, domingo. Mal respondeu a uma pergunta, levantou e foi embora.
O QUE ESTÁ EM JOGO ALÉM DA VAGA?
Analisando friamente (por falar em frieza), a eliminação para o Corinthians trará muito mais prejuízos do que para o Palmeiras. O Timão não terá mais o que fazer esportivamente a não ser fugir do rebaixamento na pior das hipóteses ou conquistar uma vaga na Libertadores na melhor. Fora de campo, o caos reina. O presidente afastado Augusto Mello terá seu destino traçado dois dias depois do jogo e as dívidas do clube seguirão na casa dos R$ 2 bilhões.
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Já o Palmeiras eliminado terá ainda o Brasileiro, em que ele disputa a ponta, e a Libertadores em que fez a melhor campanha na primeira fase e terá o Universitario do Peru no confronto das oitavas de final.
Mas o Palmeiras entrou na pilha alvinegra e apimentou ainda mais a rivalidade. E aí fez o que fez: poupou titulares contra o Vitória e deixou para trás a chance de ficar ainda mais perto da liderança do Brasileiro. Apostou tudo no dérbi. Trouxe para si mais pressão.
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Eduardo Tironi escreve sua coluna no Lance! às terças e sextas-feiras. Confira abaixo mais publicações do colunista:
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Autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, esse texto não reflete necessariamente a opinião do Lance!.