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Queda na receita e busca por recursos: a realidade financeira de Vasco e Botafogo às vésperas da final

Restando uma semana para a estreia na Série B, clubes procuram se adequar à nova realidade nas verbas e se reestruturar de olho na sonhada volta à elite do futebol brasileiro<br>

Rivais voltam a campo no sábado para definirem o campeão da Taça Rio 2021 (Vítor Silva/Botafogo)
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Meses após as quedas para a Série B, Vasco e Botafogo se aproximam da reta final de preparação para a estreia na competição. Antes disso, no sábado, às 15h05, em São Januário, os rivais se enfrentarão pela decisão da Taça Rio, que dará ao vencedor R$ 1 milhão. Valor importante para ambos os clubes que buscam se adequar à nova realidade e se reestruturar de olho na possível volta à elite do futebol brasileiro. 

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Em primeiro lugar, é preciso destacar que ambas as equipes tiveram que fazer cortes bruscos em seus elencos. Cada clube optou por um estilo de contratação, mas apostaram em treinadores que conhecem bem a competição. O grande desafio das duas novas diretorias é conseguir montar um time competitivo e ao mesmo tempo encontrar recursos para fazer o lado financeiro trilhar novos caminhos.

Reestruturação, demissões, e contratos de produtividade

No lado vascaíno, com a contratação do o diretor executivo de futebol Alexandre Pássaro, o clube optou por onerar a folha salarial e fazer cortes em seu elenco. Dos jogadores afastados, apenas Werley, Marcos Júnior e Lucas Santos ainda não deixaram o clube. Neto Borges retornará ao Genk no meio do ano, enquanto Henrique saiu após oito temporadas defendendo as cores do time profissional do Gigante da Colina. 

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Nesta quarta, o Cruz-Maltino também anunciou as saídas de Carlinhos e a venda de Talles Magno para o New York City. Diante de uma dívida de R$ 832 milhões, as vendas dos jovens para o mercado internacional são importantes para trazer retorno, já que são ativos do clube. O Vasco não fazia uma boa venda de um jovem desde 2018, quando Paulinho assinou com o Bayer Leverkusen. 

No planejamento para reforçar a equipe, a estratégia foi estabelecer contratos de produtividade que se adequassem a realidade financeira. Até o momento, foram sete reforços com mais rodagem para formar um grupo mais experiente. Em relação aos salários, a diretoria quitou os atrasos com os funcionários, que estão em dia. No entanto, ainda procura solucionar as dívidas com os atletas, visto que parte do grupo têm valores antigos a receber.

Por outro lado, em março, o clube demitiu 186 funcionários, que traria, segundo o clube, uma economia de R$ 40 milhões por ano em salários. Contudo, a Justiça determinou a reintegração desses colaboradores e proibiu novos desligamentos coletivos. A decisão foi do Magistrado Robert de Assunção Aguiar, da 60ª Vara do Trabalho do Rio, que alegou que o clube tentou 'valer-se do desespero dos trabalhadores, agravado pelo período de pandemia'.

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Além disso, na última sexta, a Justiça cancelou o Ato Trabalhista do Vasco devido ao descumprimento de compromissos e salários atrasados. A decisão assinada pelo desembargador corregedor Jorge Fernando Gonçalves da Fonte pode gerar execuções individuais e penhoras. Porém, cabe recurso do clube carioca, que já procura reaver o benefício. 

Zeca foi uma das contratações do Vasco (Rafael Ribeiro / Vasco)
Pedro Castro é um dos reforços do Botafogo (Vitor Silva/Botafogo)

Reformulação, exigências e esperança no projeto clube-empresa

O Botafogo convive há anos com uma dura realidade financeira, que tem afetado diretamente o lado esportivo do clube. Após a queda para a Série B, a nova diretoria enfrenta desafios e um deles é a reformulação do elenco, que já apresentava uma baixa folha salarial. Ao todo 16 atletas deixaram o clube (entre eles seis titulares), e 13 chegaram para a temporada. Perto da estreia, o Glorioso ainda tenta reforçar a equipe em setores carentes.

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O presidente Durcesio Mello e o CEO Jorge Braga procuram profissionalizar o departamento de futebol do clube e dar sequência a reestruturação. Com isso, os salários de atletas e funcionários estão em dia, seguindo um acordo judicial com o Sindeclubes e o Ministério Público do Trabalho. O Alvinegro, entretanto, precisa atrair novas receitas para dar conta desse pagamento até o final do ano e no início do mês demitiu mais de 90 colaboradores.

Dentro do clube existe a possibilidade de entregar o futebol a investidores e realizar a transformação para uma Sociedade Anônima. Para isso, o mandatário enviou um ofício ao Conselho Deliberativo solicitando a convocação de uma assembleia extraordinária. Nela, marcada para o dia 27, documentos serão analisados e votados para que Gustavo Magalhães, líder do projeto, tenha conversas mais avançadas com possíveis investidores interessados no Alvinegro.

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Dentre as metas estabelecidas para entregar o clube a investidores estão as questões esportivas, financeiras e de marketing. As premissas são campanhas competitivas, títulos e a "proibição" de um novo rebaixamento. Além disso, a criação de conselhos fiscal, de administração e de ética, o pagamento de royalties para honrar com o Profut e o Ato Trabalhista, e o fortalecimento da marca Botafogo. Se qualquer cláusula for quebrada, o clube pode comprar todas as ações da S/A por R$ 1.

No entanto, por decisão do desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, Jorge Fernando Gonçalves da Fonte, o Ato Trabalhista do Alvinegro (firmado em dezembro de 2014) foi suspenso. O magistrado alegou que os atrasos no pagamento das parcelas foram decisivos para o cancelamento, Com isso, qualquer pessoa que tenha  algo a receber do Botafogo poderá entrar na justiça contra o clube, o que pode gerar R$ 100 milhões em penhoras e asfixiar ainda mais as finanças.

Jorge Braga, CEO, e Durcesio Mello, presidente do Botafogo (Vitor Silva/Botafogo)