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LANCE! Espresso: Barril de pólvora

Luiz Fernando Gomes analisa os problemas gerados pelo calendário divulgado pela CBF para a próxima temporada, que é ano de Copa do Mundo<br>

Leia uma análise crítica dos principais assuntos esportivos no LANCE! Espresso
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A divulgação do calendário de 2018 do futebol brasileiro (veja aqui como vai ser) mostra mais uma vez o descaso com que os clubes são tratados pela CBF. Limitar a 14 dias o período de pré-temporada é mais do que um absurdo, é um atentado ao trabalho de treinadores, um tiro no nível técnico das competições que estarão por vir e, principalmente, o que e mais grave, uma ameaça à integridade física dos jogadores, lançados à disputa de torneios oficiais com irrisórias duas semanas de treinamento e preparação pós-férias. Um verdadeiro barril de pólvora.

Em qualquer outro lugar do mundo isso seria caso de polícia. A CBF agrada a quem não tem de agradar, cuida direitinho dos interesses das federações estaduais (aquelas que votam na escolha do cartola-mor), mantendo os falidos estaduais com o mesmo número de datas. E, para isso, complica a vida dos grandes clubes, que acabam pagando o pato. É preciso ter coragem para reagir. A exemplo do que já faz o Atlético-PR por vários anos, os clubes devem escalar um time reserva – sub 20, quem sabe – para disputar esses torneios. Não interessa se vai haver resistência de quem tem o direito de TV ou da cartolagem, essa é a melhor saída para a armadilha armada pela CBF. A forma de evitar prejuízos para todo o ano. Que os dirigentes não abaixem a cabeça e sejam capazes de fazê-lo. É o mínimo que se espera.

Jabuticaba amarga

O problema que se repete a cada quatro anos com o calendário é fruto da teimosia da CBF em manter o futebol brasileiro à margem do que acontece no mundo. Dessa vez, só faltou invadir – e foi por pouco que não rolou - o período de Copa com jogos do Brasileirão.

Na Europa e na maior parte dos países da América Latina e da Ásia, a temporada começa em agosto e termina em junho. Foi a forma inteligente encontrada para que os mundiais da Fifa – e mesmo eventos que nada têm a ver com o futebol mas preenchem o espaço da mídia, como as Olimpíadas – não interfiram nos campeonatos nacionais. Uma forma de respeitar o torcedor, garantir os direitos dos clubes e proteger seus investimentos. Só por aqui, em que pese a maior parte dos clubes já ter se pronunciado a favor da mudança, em pesquisas realizadas pelo LANCE!, continuamos à chupar a nossa jabuticaba, com o calendário de ano fechado. Os prejuízos não são apenas para o nível técnico dos campeonatos. Com a pré-temporada fora de época, nossos clubes passam ao largo dos torneios internacionais preparatórios, altamente lucrativos e que seriam fundamentais para divulgar suas marcas no exterior, abrir novos mercados e criar novas fontes de receita. Mas, afinal, nada disso interessa à CBF. Seria ingenuidade acreditar no contrário.