A CBF irá apresentar até o fim de novembro o modelo de Fair Play Financeiro a ser adotado no futebol do País. Até o momento, três reuniões de trabalho foram realizadas pela confederação com especialistas no tema e representantes dos clubes. Um novo encontro acontecerá no fim do no próximo mês para que seja discutida a minuta final.
➡️Corinthians articula pagamento da última parcela de premiações atrasadas
O projeto será apresentado oficialmente em 26 de novembro, durante o Summit CBF Academy, que será realizado em São Paulo. A intenção é que ele comece a ser executado já a partir do próximo ano, mas "em camadas".
— Há muito mais convergência do que divergência (entre os dirigentes dos clubes), e um sentimento quase unânime de que comece logo, mas em ondas — disse ao Lance! Ricardo Gluck Paul, um dos vice-presidentes da CBF.
O dirigente é um dos principais entusiastas do Fair Play Financeiro e tem tido conversas frequentes com representantes de clubes e estudiosos do tema. Paul afirmou que "ainda é prematuro" apontar qual será o modelo que será implantado, mas assegurou que ele irá se adaptar à realidade brasileira.
— Será baseado em modelos já existentes, não será nenhuma jabuticaba. Mas qualquer informação agora é mera especulação. Ainda teremos um encontro no final de outubro para termos subsídios para finalizar a minuta.
Ricardo Gluck Paul, no entanto, antecipou que o Fair Play Financeiro será baseado em recursos efetivamente auferidos pelos clubes, e não em receitas projetadas. Ele cita como uma das razões o fato de boa parte da arrecadação vir do Campeonato Brasileiro.
— Imagina um clube que projeta arrecadar "x" na temporada, mas no fim acaba caindo (e, portanto, fica sem direito à premiação). Isso acabaria criando um novo problema — ressaltou o dirigente.
Modelo será implantado aos poucos
Outra certeza é que o modelo a ser escolhido será implantado aos poucos. Uma das razões são contratos em vigor, que faz com que muitos clubes tenham parte das receitas comprometidas para os próximos anos.
— Há um período de transição, e houve casos de países que demoraram anos nessa transição. Nós temos que dar tempo aos clubes se adaptarem ao novo modelo — declarou o presidente da CBF, Samir Xaud, em entrevista ao Lance! concedida durante a Rio Innovation Week.