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Dia 21/08/2025
23:58
Atualizado há 8 minutos
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O mundo ficou em choque com as imagens de intensa violência entre os torcedores do Independiente e da Universidad de Chile, que se enfrentavam na Argentina na noite de quarta-feira (20). O jogo estava 1 a 1, indo para o intervalo, quando uma bomba de efeito sonoro deu início ao descontrole. Violência, tortura e brigas espalhadas pelas arquibancadas. Noite que será lembrada como "A barbárie de Avellaneda". Esta conta vai para a Conmebol.

E a entidade do futebol sul-americano, que se posicionou em nota oficial dizendo que estava “apurando os fatos para encaminhar para a Unidade Disciplinar”, não quis parar e nem suspender a partida enquanto o pau comia nas arquibancadas. Segundo o boletim de ocorrência emitido pela Delegacia da Polícia Bonaerense de Avellaneda, a Conmebol queria que o jogo continuasse normalmente.

Partida foi cancelada

Com um efetivo de 650 homens atuando fora do estádio, a polícia não dispunha de homens dentro do estádio, onde a segurança ficou a cargo da Conmebol e de efetivos particulares. Esses 111 seguranças particulares não apareceram e nem teriam condições de segurar o que se viu no estádio do Independiente.

Torcedor da Universidad de Chile segura barra de ferro no estádio Libertadores de América, durante duelo com o Independiente, pela Sul-Americana (Foto: Alejandro Pagni / AFP)

Já que a partida foi cancelada, a Conmebol pode dar punições severas aos dois clubes, inclusive que ambos sejam eliminados do torneio. Mas essas punições, que claro devem acontecer como exemplo, não são as mais importantes. As que, sim, importam dificilmente irão acontecer, já que nenhum torcedor do Independiente foi preso. Apenas torcedores chilenos da La U.

Imagens estarrecedoras de violência

As cenas de terror rodaram o mundo e chocaram a todos os que vivem no mundo do futebol. Até o presidente do Chile, Gabriel Boric, se manifestou cobrando da Conmebol e pedindo justiça. Particularmente, eu nunca havia visto dentro de um estádio, na frente de tantas câmeras filmando tudo, tanta crueldade nas agressões. Torturas e humilhações sem precedentes no esporte. 

E saber que as pessoas que cometeram esses crimes dificilmente serão identificadas e levadas a julgamento me deixa mais enojado ainda. É uma mácula para o esporte que, infelizmente, ficará para sempre. A negligência dos organizadores da partida, a falta de segurança para os torcedores (principalmente para os chilenos) e o descaso da entidade com o que estava acontecendo só agravam mais o sentimento. Infelizmente, não posso afirmar que não acontecerá de novo. A barbárie de Avellaneda: esta conta vai para a Conmebol.

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Gustavo Fogaça escreve sua coluna no Lance! nas noites de segunda e quinta-feira. Leia outras publicações do colunista nos links abaixo:

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