Não demorou muito para a treinadora Rosana Augusto, recém-chegada ao Palmeiras, ter seu primeiro grande feito: ser campeã da Copa do Brasil Feminina. Sob seu comando, o Verdão superou a Ferroviária nesta quinta-feira (20), um mês após sua apresentação oficial, em 20 de outubro. Por coincidência ou não, a mesma data marca o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, com alusão à luta pela equidade racial.
Em um mercado mais restrito para mulheres, Rosana Augusto é uma exceção à regra: é uma mulher negra à frente de um grande time do futebol brasileiro. Ela reconhece as dificuldades encontradas no mercado, mas vê saídas.
— Para mulheres no futebol já é muito difícil e para mulheres negras no futebol ainda mais. Inclusive, a Júlia, que é uma professora doutora da Unicamp falou sobre isso... Os números são realmente inexpressivos quando a gente fala de mulher negra. Então, eu espero que nesse dia eu também seja inspiração para outras mulheres, em especial às mulheres negras — declara Rosana.
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Palmeiras é campeão com 'Rosanismo' em campo
O Palmeiras venceu por 4 a 2 na Fonte Luminosa e faturou o torneio com um futebol marcado pelo DNA ofensivo, já presente desde Camilla Orlando e cada vez mais aflorado com Rosana Augusto. Pontas com liberdade para partir para cima dos adversários, meio-campo ofensivo e construção desde a defesa: esse é o estilo de Rosana Augusto, ou 'Rosanismo', como vinha sendo chamado desde o Flamengo.
A ex-jogadora, que se despediu do Rubro-Negro em comum acordo antes de fechar com o Alviverde, agora soma cinco jogos, três vitórias e dois empates pelo clube. Ao Lance!, Rosana aprovou a postura da equipe na decisão.
— Acho que fomos o time dominante, ficamos muito com a bola, criamos muitas chances. Mas muito pelo que elas têm entregado no treino, tem muitos trabalhos que são construídos estrategicamente para isso aconteça e são jogadoras muito talentosas, isso sem dúvida é o que mais facilita o processo — diz ela.
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