A crise no Avaí Kindermann ganhou um novo capítulo nesta terça-feira (21). Atletas do elenco profissional divulgaram uma nota conjunta nas redes sociais denunciando quatro meses de salários atrasados, alimentação insuficiente e falta de materiais básicos de higiene. A situação, no entanto, não é nova — o Lance! já havia revelado o problema em agosto, quando o clube afirmou que regularizaria os pagamentos “em breve”, o que não aconteceu até o momento.

O Lance! entrou em contato com a assessoria da equipe catarinense, mas não conseguiu localizar o responsável pelo posicionamento oficial do clube. A reportagem será atualizada assim que houver manifestação.

Avaí Kindermann sofre transfer ban por dívida no feminino

O cenário se agrava ainda mais com o transfer ban imposto pela Fifa este mês, que impede o clube de registrar novas jogadoras por conta de pendências financeiras. A punição reforça as dificuldades do projeto, que há anos é referência no futebol feminino catarinense, mas vive agora uma das maiores crises de sua história.

— Nós fomos contratadas em fevereiro deste ano. O salário de abril foi pago em três vezes, a última parte em junho. O salário de maio, em duas vezes, com a última em 31 de julho. Desde julho não há pagamento de salário, ou seja, são quatro meses de trabalho sem salário — diz o texto publicado pelas jogadoras.

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Mesmo sem receber, o elenco seguiu treinando e jogando normalmente o Campeonato Catarinense Feminino 2025, iniciado em 19 de julho. As jogadoras relataram que disputaram todos os nove jogos da competição, chegando à final, mas sem qualquer remuneração durante o período.

— Do início da temporada até hoje, a alimentação foi ficando escassa e não é condizente com as necessidades de atletas de alto rendimento. Falta o básico. Não tínhamos dinheiro sequer para comprar os materiais de higiene pessoal — completa a nota.

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Time pode não entrar em campo na final do Catarinense

Criciúma e Avaí/Kindermann empataram por 1 a 1 na ida da final do Campeonato Catarinense Feminino, disputada no Estádio Heriberto Hülse, em Criciúma. A partida de volta será no próximo sábado (25), às 15h, no Estádio Salézio Kindermann, em Caçador.

Além dos atrasos salariais, duas jogadoras romperam o ligamento cruzado anterior (LCA), uma em abril e outra em agosto, e ainda não foram submetidas à cirurgia reparadora, segundo o relato.

As atletas também cobraram diretamente os dirigentes: Julio Azzurra (presidente do Avaí), Rafa Sarda (presidente do Kindermann) e Jonas Estevão da Silva (diretor). — Esses nomes realizaram inúmeras promessas de pagamento, mas nunca cumpriram — escreveram.

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