Giselly Correa Barata
São Paulo (SP)
Dia 14/07/2025
05:00
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O Brasil venceu a Venezuela por 2 a 0 no último domingo (13), mas deixou a sensação de que o torcedor esperava uma estreia mais tranquila. Nunca tendo perdido para as venezuelanas na história da Copa América Feminina, a Seleção encontrou obstáculos que foram além das quatro linhas: a altitude de Quito, o frio, o gramado irregular e até decisões da arbitragem.

Um dos pilares do resultado foi a atuação de Amanda Gutierres, que reforçou a aposta de Arthur Elias em uma centroavante de referência. Uma estratégia que não só merece ser mantida, como também aprimorada, considerando o leque de atacantes em grande fase à disposição da Seleção.

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Amanda Gutierres e o impacto da camisa 9 de referência

Se nos jogos anteriores o treinador vinha privilegiando jogadoras de velocidade e mobilidade – como Kerolin, Dudinha e Gio –, desta vez ele escolheu uma referência na área. E a decisão deu resultado.

Amanda abriu o placar aos 31 minutos do primeiro tempo e participou ativamente das ações ofensivas. No gol, foi acionada por Gio – que encerrou o jogo com duas assistências – em cruzamento para a área. Na sequência, ainda criou chances para Gio e Dudinha, em lances nos quais poderia ter arriscado a finalização.

Aos 24 anos, a artilheira do Brasileirão tem experiência em diferentes funções no ataque, como ponta e falsa nove, mas vem se consolidando como uma centroavante clássica. Em entrevista ao Lance! em maio, ela mesma reconheceu a mudança no seu estilo de jogo:

— Dos últimos anos para cá eu comecei a ficar mais dentro da área, mais como centroavante do que atacante de beirada ou falsa nove — destacou.

Concorrência acirrada no ataque do Brasil

Arthur Elias já havia dado indícios dessa mudança de estratégia após o amistoso contra a França, quando falou sobre o leque de opções ofensivas à disposição:

— A Jhonson vive uma grande fase, assim como outras jogadoras também. Temos a Guti (Amanda Gutierres), artilheira em todas as competições que participa, a Gio, a Kerolin… Temos muitas opções na frente e isso vai fazer diferença para ampliar nosso repertório na Copa América e no processo pós-torneio — disse o técnico.

Na Copa América, a estreia trouxe pontos positivos, mas também deixou lições. Arthur Elias terá o desafio de ajustar a efetividade e a tomada de decisão no ataque para que o Brasil cresça dentro da competição e confirme o favoritismo rumo ao título.

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