Flapress

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Maracanã 70 anos: como o apoio da torcida do Flamengo desagradou o técnico do Brasil na véspera da Copa

Dois dias antes da estreia do Brasil no Mundial de 1950, a torcida pelo Flamengo em jogo-treino com a Seleção Brasileira, no Estádio do Maracanã, desagradou o técnico Flávio Costa

Jornal do Sports reportou incômodo do técnico Flávio Costa com o apoio da torcida do Flamengo em jogo-treino com a Seleção Brasileira, na véspera da estreia da Copa do Mundo de 1950 (Foto: Reprodução)
Escrito por

Em 22 de junho de 1950, somente dois dias antes da estreia do Brasil na Copa do Mundo, em casa, um jogo-treino contra o time do Flamengo serviu como a preparação final no Maracanã. Aquela, que foi a primeira vez do Rubro-Negro no palco - a estreia oficial foi em 23 de julho -, também foi a primeira mostra da paixão da Nação no estádio. "Vibrando a favor apenas do Flamengo" diante da Seleção, a torcida presente, formada por "penetras, espiões e (operários)" irritou o histórico técnico Flávio Costa, publicou o "Jornal dos Sports" na época.

- O que chamou a atenção e o que perturbou em parte os misteres do selecionador e a tarefa dos cracks, foi exatamente a torcida que, em vez de olhar só, olhar civilizada e construtivamente o que se passava nas quatros linhas, saiu logo a tomar partido, a gritar, a vibrar, a aplaudir e vaiar, apenas vibrando a favor do Flamengo, aplaudindo o Flamengo e malquerendo o scratch - relatou em matéria Geraldo Romualdo da Silva, antes de completar:

- Como o Flamengo serviu de "sparring" para o scratch, parecia que o que estava em jogo era o prestígio do Flamengo. Parecia que o estádio todo era Flamengo - dizia a reportagem sobre a preparação da Seleção Brasileira para a estreia na Copa do Mundo, contra o México, no dia 24 de junho de 1950.

De acordo com a reportagem do Jornal dos Sports, a plateia foi formada pelos operários que trabalhavam no Maracanã - que abriram mão do horário de almoço para "arriscar um olho e torcer" -, pelos "penetras" - aqueles que não tinham muito o que fazer - e pelos "espiões, mexicanos e americanos (seleções que participaram da Copa do Mundo de 50) que foram assistir ao jogo-treino e se contentaram e comentar e fazer anotações do que rolava nas quatro linhas.

BAILE RUBRO-NEGRO POR 40 MINUTOS

O jogo-treino, que serviu para o técnico Flávio Costa definir a escalação que mandaria a campo dois dias depois, contra o México na estreia do Grupo A, teve duração de 60 minutos no Maracanã, dois quais 40 minutos foram um "baile rubro-negro", reportou Geraldo Romualdo, cronista e comentarista esportiva e com passagens pelo "Jornal dos Sports" e "O Globo", entre outros.

- (...) Já que o "sparring" Flamengo andava mandando no campo e fazendo os gols que queria. Fez um, fez dois; caminhava para o terceiro quando a retaguarda decidiu reagir e acabar de uma vez com a festa. Praticamente, o "baile" durou quarenta minutos, tendo principiado com um tento de Lero culminado com outro de Esquerdinha. Daí em diante, acabou-se o rubro-negro.

Nos 20 minutos finais, a Seleção Brasileira, que seria vice-campeã mundial semanas depois, virou o placar com um gol de Augusto e dois de Zizinho, atacante que havia deixado o Flamengo meses antes e acertado com o Bangu.