Costa Rica é eliminada da Copa do Mundo após empate, por 2 a 2, com a Suíça (Foto: AFP)
Não me admira que Joel Campbell jogue tão bem contra a Suíça. Ele é o mesmo jogador de futebol ousado que se lançou no Mundial Sub-20, na Colômbia. O mesmo que ainda é a peça do Arsenal. O mesmo que visita o Estádio Nacional e se torna o motor da Seleção. Não mudou. Esse é o problema.
Campbell representa puro talento. Ele reflete isso toda vez que executa a jogada "da casa". Uma diagonal para dentro tão eficaz quanto difícil de parar. Joel é capaz de quebrar qualquer script na mão. Desafiador, ousado e quando ele quer, muito esforçado.
Como bem dizia Álvaro Saborío, a eliminação representa a oportunidade para Campbell assumir o peso ofensivo da Seleção Costarriquenha. Com 26 anos, ele está na idade ideal para se tornar o homem mais importante no eixo de ataque na Costa Rica. Tem tudo.
É uma boa hora para o Joel deixar de ser um jogador irregular. Ele se saiu bem contra a Suíça e contra a Irlanda do Norte, mas ao olhar para trás, a gente pode perceber como ele foi do banco para os 11, e vice-versa, durante a eliminatória, por causa de seu desempenho, que mudava de um dia para o outro.
A história não foi diferente em seus clubes.
Já adquiriu experiência na Seleção. O estágio de aprendizado passou. Com quatro Mundiais, dois Sub-20 e dois com o time principal, é um bom momento para o jogador de futebol assumir a função que lhe compete. Não há outro atleta ofensivo tão talentoso quanto ele.
Seria mais que importante que Joel adquirisse regularidade em seus clubes. Potencial ele tem e provavelmente sabe disso. Quando criança, ele foi o melhor de sua geração. Quando cresceu, também. No entanto, nesse momento não se pode medir o que Joel pode dar porque ele não consegue ser constante.
Mesmo assim, e apesar de sair de uma lesão, jogou bem contra a Suíça na Copa do Mundo. Desequilibra, protege bem a bola, gosta de encarar e não tem medo de fazê-lo.
Houve uma época em que o treinador Carlos Watson opinou sobre a necessidade de Campbell estabelecer metas a curto e médio prazo. Se as cumprir, pode evoluir mais rapidamente e ser mais eficaz.
- Como técnico teria que sentar e conversar com Joel porque os objetivos se definem, são trabalhados e então há um momento em que temos que sentar e analisar o que foi feito, ver quão próximo ou distante estamos e reconsiderar novamente. Me parece, à distância, que o que falta a Joel é repensar as coisas - afirmou.
Com a ausência de um ataque consolidado, e a necessidade de suprir Bryan Ruiz, o momento para Joel estar presente é agora.
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