Copa do Mundo

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Os caras das Copas: Oliver Kahn, um muro quase intransponível. Quase…

Goleiro fez grande Mundial em 2002 e recebeu a Bola de Ouro da Copa, mas falhou na final

(Foto: Pedro Ugarte/AFP)
Escrito por

O documentário Fifa Fever, lançado pela Fifa em 2005, conta a história de todas as Copas do Mundo até aquele período. Em determinado momento da produção, o narrador sentencia: "Oliver Kahn é o melhor goleiro de todos os tempos". Exagero ou não, o fato é que o alemão colocou seu nome entre os gigantes após brilhar no Mundial de 2002, na Coreia do Sul e no Japão. Kahn era o capitão da Alemanha e fez diversas intervenções espetaculares ao longo de toda aquela Copa, sofrendo apenas um gol até a final, contra o Brasil. Porém, uma falha na decisão acabou manchando sua saga naquele Mundial.

(Imagem: Arte LANCE!)

A história de Oliver Kahn com as Copas começa em 1994. Destaque no Karlsruher (ALE), ele tinha 25 anos quando foi para o seu primeiro Mundial, ocupando o posto de segundo reserva e vestindo a camisa 22. O titular era Bodo Illgner, que atuou nos cinco jogos da Alemanha - que parou nas quartas. Quatro anos depois, na Copa da França, Kahn - já do Bayern de Munique - era o primeiro reserva, usando a camisa 12. O titular era Andreas Köpke, primeiro reserva em 1994. Köpke, assim como Illgner, não deu brechas e atuou em todos os cinco jogos da seleção - que mais uma vez parou nas quartas. Em 2002, finalmente era chegada a hora de Kahn vestir a camisa 1 numa Copa. E, com moral, ainda foi escolhido como capitão da equipe.

A Alemanha estreou contra a Arábia Saudita e Kahn foi um "espectador privilegiado" em goleada por 8 a 0. No segundo duelo, era a vez de encarar a Irlanda. Os alemães saíram na frente e depois foram salvos por Kahn em chute a queima roupa de Damien Duff e em cabeceio de Robbie Keane dentro da pequena área. A Irlanda, de tanto insistir, empatou aos 47 do segundo tempo, em finalização de Robbie Keane da entrada da pequena área - que ainda bateu em Kahn. O terceiro duelo foi contra Camarões e mais uma vez brilhou, parando Salomon Olembé na cara do gol quando o jogo estava 0 a 0. No fim, a Alemanha ganhou por 2 a 0 e avançou na liderança do grupo E.

Kahn era um goleiro de garra, que crescia nos grandes jogos. Vieram as oitavas, diante do Paraguai, e novamente o goleiro foi herói para os alemães. Com a partida ainda em 0 a 0, Jorge Luis Campos soltou uma bomba no ângulo direito, mas Kahn "voou" para defender. Aos 43 do segundo tempo, Oliver Neuville resolveu na frente e colocou a Alemanha nas quartas, contra os Estados Unidos, jogo que seria ainda mais agitado para o camisa 1. Landon Donovan parou duas vezes em defesaças: Na primeira, um chute forte e rasteiro colocado para escanteio. Na segunda, uma intervenção cara a cara com Kahn fechando o ângulo. Depois, Michael Ballack fez 1 a 0 e a contagem mínima levou a Alemanha para a semifinal, contra a dona da casa Coreia do Sul.

Em 25 de junho de 2002, 65.256 espectadores - com maioria coreana - testemunharam no Seul World Cup Stadium uma defesa épica de Oliver Kahn, ainda aos sete minutos do primeiro tempo. Dentro da grande área, Lee Chun-soo bateu cruzado no canto direito do goleiro, que mesmo encoberto por três jogadores, conseguiu ter a leitura perfeita da finalização e defender a "bomba". Parecia escrito que a Alemanha seria finalista e aos 30 do segundo tempo, Michael Ballack decidiu mais uma vez e mandou os alemães para a final.

A decisão da Copa era contra o Brasil, no Estádio Internacional de Yokohama, no Japão. Kahn fez ótimo primeiro tempo, inclusive defendendo finalização forte dada por Ronaldo, livre, praticamente da marca do pênalti. Porém, veio a etapa final e uma falha inesperada. Aos 22 minutos, Rivaldo bateu de fora da área, Kahn tentou encaixar e soltou a bola, que caprichosamente encontrou Ronaldo, que empurrou para o gol: "Esse foi o único erro que eu cometi em sete jogos, e, infelizmente, eu fui brutalmente punido por Ronaldo". Aos 34, Ronaldo fez mais um e fechou o marcador. Ao fim do jogo, Kahn encostou na sua trave esquerda e ficou por algum tempo sentado, lamentando a dor do vice. Ainda assim, o Kahn levou a Bola de Ouro da Copa da Fifa, em eleição feita entre jornalistas escolhidos pela entidade. Em 2006, o goleiro foi para sua última Copa, em casa, mas como reserva. Ele atuou apenas no último jogo, a disputa pelo terceiro lugar, contra Portugal. Capitão, ele fez parte de vitória por 3 a 1 e saiu exaltado de campo. Um belo fim para uma história quase perfeita.