Um dos principais temas debatidos durante o Mundial de Clubes voltou a ganhar destaque: o forte calor na América do Norte. A intensidade vem causando preocupação e levantando dúvidas sobre a realização da Copa do Mundo de 2026.
De acordo com o relatório “Pitches in Peril”, 10 dos 16 estádios que sediarão o torneio estão sob risco de enfrentar condições extremas de calor. Além disso, há preocupação de que a demanda por água supere a oferta disponível.
Dos 16 estádios da Copa do Mundo, 14 já ultrapassaram os limites de segurança climática em pelo menos uma das três categorias: calor extremo, chuvas intensas e risco de inundações. Entre eles, 13 registraram temperaturas acima de 32°C segundo o índice Wet-Bulb Globe Temperature (WBGT), que mede o estresse térmico considerando temperatura do ar, umidade, velocidade do vento e radiação solar.
— À medida que avançamos nesta década, os riscos continuarão a crescer se não tomarmos medidas drásticas, como transferir competições para meses de inverno ou regiões mais frias — explica Piers Forster, diretor do Priestley Centre for Climate Futures.
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Calor no Mundial de Clubes
Após a primeira rodada, o técnico Luis Enrique, do PSG, reclamou da temperatura e afirmou que o rendimento foi afetado. Durante a goleada por 4 a 0 dos franceses sobre o Atlético de Madrid, o termômetro do Estádio Rose Bowl marcava uma sensação térmica de 31ºC.
— Minha conclusão é que foi uma partida condicionada pelo calor, como você falou. Penso que, no final do jogo, é impossível jogar em um nível muito alto por 90 minutos. Por isso, o calor condicionou a partida — disse o treinador.
Do outro lado, o Atlético de Madrid também questionou as condições climáticas. O lateral Javi Galán chegou a dizer que o sol era asfixiante.
— No final, era quase asfixiante. O campo também tinha a bola correndo muito rápido. É complicado, não estamos acostumados a jogar a essa hora, mas não é uma desculpa, é igual para todos — comentou o jogador.
Eleito o melhor jogador da partida, o português Vitinha destacou a dificuldade em atuar nessas condições. O meia ressaltou que, pelo fato de o PSG ter mais a posse de bola, acabou sofrendo menos que os espanhóis.
— Para falar a verdade, é difícil jogar no calor, mas é igual para as duas equipes. Eu acho que foi um pouco pior para o Atlético, porque eles não conseguiram ter a posse de bola. É mais difícil correr atrás da bola. Mas é realmente bem difícil — destacou Vitinha.