Todos Esportes

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Editor do L!Net analisa as diferenças nas aberturas da Superliga e do NBB

Superliga/Minas - Levantador Everaldo (Foto: Alexandre Arruda/CBV)
Escrito por

NBB 1 x 0 Superliga. Se fosse possível fazer um confronto entre a liga nacional de basquete com o principal torneio de clubes de vôlei no país em termos de promoção de seus produtos, a modalidade da bola laranja venceria facilmente neste início de temporada - a Superliga Masculina começou no dia 25 de outubro, e o NBB deu seu pontapé inicial na última sexta-feira.

É inquestionável que os torneios nacionais de clubes de basquete e vôlei não são concorrentes diretos entre si, até por serem esportes diferentes. Mas é inegável também que há uma disputa indireta entre as duas competições, já que duelam por espaço na mídia, transmissão televisiva (na TV aberta e fechada), torcedores e patrocinadores. E neste embate silencioso, o Novo Basquete Brasil deu uma aula ao vôlei de como traçar o caminho para arrebatar a atenção de todos.

Vamos começar pela Superliga Masculina de Vôlei. O torneio começou em um sábado à tarde, com jogo único. Até aí tudo certo, exceto pelo fato de que a partida de abertura reuniu duas equipes que não disputarão o título: o Minas Tênis Clube, um dos maiores campeões da Superliga mas que perdeu seu patrocinador principal e montou um elenco mais fraco para este ano, e a UFJF, do pelotão do fundo. O produto não atraiu a atenção do parceiro de transmissões ao vivo, que preferiu exibir a decisão do Campeonato Paulista horas antes, entre Taubaté/Funvic e Sesi-SP, dois times recheados de astros da Seleção Brasileira de Vôlei, como os centrais Sidão e Lucão, entre outros. Em resumo, a Superliga Masculina de Vôlei começou quase que clandestinamente.

Marquinhos, do Flamengo, jogou com a Seleção na Copa do Mundo deste ano (Foto: João Pires/LNB)

O NBB, por sua vez, inaugurou sua sétima edição de uma forma completamente diferente. Para começar, foram escalados os dois finalistas da temporada passada, Flamengo e Paulistano. A partida, realizada em São Paulo, teve até um pouco de clima de revanche pela derrota dos paulistas na decisão do NBB 6. O Rubro-Negro chegou ao ginásio do Paulistano com astros como o argentino Walter Herrmann, e com os rótulos de campeão da Copa Intercontinental e de quem acabou de fazer três amistosos na NBA. O anfitrião, por sua vez, lotou o ginásio (que não é muito grande, é verdade) e tentou mostrar que não foi vice-campeão por mero acaso. O duelo teve transmissão ao vivo, e foi realizado em um cenário cheirando a novo, fruto do convênio do Ministério do Esporte com os times - todos receberam piso de jogo e tabelas modernas e padronizadas. Em resumo, o NBB deixou claro a mensagem que queria transmitir: "temos um produto bom, e vamos valorizá-lo".

E o que explica tal disparidade? Há um detalhe que pode servir como ponto de partida. Enquanto o NBB é uma competição independente comandada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), a Superliga é organizada pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Para a LNB, o Novo Basquete Brasil é a sua "cereja do bolo"  - e com isso, respectivamente, acaba ganhando muita atenção. Para a CBV, no entanto, a Superliga é apenas mais uma das inúmeras atividades que precisa administrar. A liga concorre internamente com a Seleção Brasileira (notavelmente o xodó da confederação), vôlei de praia, projetos sociais, entre outras ações.

O vôlei e os envolvidos com a Superliga já discutem há algum tempo como tornarem-se independentes da CBV, mas não há um sinal de que isso acontecerá tão cedo. E se quiserem evoluir, precisarão tomar uma decisão sobre isso o quanto antes. Enquanto a Superliga dá sinais de estagnação, o NBB está prestes a fechar uma parceria financeira e técnica com a NBA. Quando isso acontecer, o abismo pode ficar ainda maior.

Minas Tênis Clube modificou bastante sua equipe para a Superliga de Vôlei (Foto: Divulgação)