O Brasil entra em campo nesta sexta-feira (10), contra a Coreia do Sul, às 8h e terá um capitão diferente. Sem Marquinhos, caberá a Casemiro usar a faixa de capitão da Seleção Brasileira. E o motivo por que Ancelotti escolheu Casemiro como capitão do Brasil nesta Data Fifa vai muito além da ausência de Marquinhos. A decisão reflete uma relação construída ao longo de mais de uma década entre o técnico italiano e o volante do Manchester United — um laço que começou no Real Madrid e se consolidou por meio de confiança, liderança e amizade dentro e fora de campo.

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Desde que chegou ao Real Madrid em 2013, Casemiro chamou a atenção de Ancelotti pelo perfil disciplinado e pela maturidade tática, mesmo jovem. Um episódio emblemático ocorreu nas quartas de final da Liga dos Campeões de 2014, contra o Borussia Dortmund. Com o time espanhol sob pressão, o treinador colocou o brasileiro em campo no lugar de Di María para conter o avanço alemão, e o Real garantiu a classificação. A partir dali, nascia uma relação de confiança técnica e pessoal.

Casemiro sempre destacou que Ancelotti é o melhor gestor de grupo com quem trabalhou, um técnico que alia simplicidade e clareza em suas ideias, sem tentar reinventar o futebol. Essa parceria se fortaleceu ainda mais durante a temporada 2021/22, quando o italiano voltou ao Real Madrid. Sob seu comando, o brasileiro viveu o auge da carreira na Europa, conquistando Campeonato Espanhol, Supercopa e Champions League, sendo peça central do meio-campo merengue.

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Antes da semifinal da Champions de 2022, contra o Manchester City, Ancelotti mostrou a confiança que tinha em Casemiro ao pedir que o volante, mesmo lesionado, viajasse com o elenco. O objetivo não era jogá-lo, mas contar com sua liderança e exemplo para um grupo jovem que precisava de estabilidade emocional. O gesto consolidou um vínculo de respeito mútuo e admiração entre os dois.

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Quando Casemiro foi vendido ao Manchester United, Ancelotti fez de tudo para mantê-lo em Madri. Apesar da saída, a comunicação nunca se perdeu. Nas tratativas que o italiano teve com a CBF para assumir a Seleção Brasileira, o meio-campista foi uma das pessoas com quem ele conversou para compreender o ambiente e o desafio que o aguardava.

Com a faixa de capitão atualmente pertencendo a Marquinhos — líder respeitado do Paris Saint-Germain e campeão da Copa América e dos Jogos Olímpicos —, Ancelotti inicialmente manteve a hierarquia para não desestabilizar o grupo. No entanto, nesta Data Fifa, a ausência do zagueiro abriu espaço para uma decisão simbólica: entregar a braçadeira a um jogador que conhece profundamente o estilo e os valores do treinador.

Mais do que uma escolha momentânea, a opção por Casemiro representa uma visão de liderança alinhada com a do técnico. Pela experiência, pela trajetória e pela conexão com Ancelotti, o volante tem tudo para consolidar-se como o capitão da Seleção até a Copa do Mundo.

Ancelotti cumprimenta Casemiro em sua chegada à Seleção (Foto: Rafael Ribeiro / CBF)
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