Seleção Brasileira

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Não foi sorte: Ouro olímpico na visão do preparador de goleiros da Seleção

Rogério Maia conta como foi a preparação de Weverton e o próprio chamado do goleiro

Rogério Maia ao lado de Weverton durante os treinos na Granja Comary (Foto: CBF/Divulgação)
Escrito por

Há exatamente um ano, um pênalti defendido se tornou em um instante marcante que antecedeu a glória. Aquela defesa na quinta cobrança da Alemanha colocou o Brasil com um pé no lugar mais alto do pódio no futebol da Rio-2016. E coube a Neymar confirmar a conquista inédita em um Maracanã lotado. Mas se Weverton não tivesse espalmado a cobrança de Petersen, talvez o futebol brasileiro ainda estivesse na fila. Quem acompanhou de perto a trajetória dos goleiros desde o início da preparação foi Rogério Maia. E é o preparador de goleiros que, no aniversário da conquista, conta ao LANCE! detalhes dos momentos prévios ao título.

Desvendar como cobraria o alemão Nils Petersen foi um trabalho árduo. Obviamente, houve um feeling de Weverton quando a bola estava na marca da cal. Mas um trabalho de análise de desempenho antecedeu o duelo 1 x 1.

- Na véspera do jogo, tivemos um treino absolutamente normal. Buscamos os pênaltis com nosso analista de desempenho, Bebeto, à noite. Um detalhe que poucos sabem é que o Petersen, número 18, havia batido quatro pênaltis em cada lado e nunca errou. Fiquei até as 4h da manhã revendo detalhes de os porquês de bater alto ou baixo, placares, maneira de correr para bola, de olhar para os cantos e olhar para o goleiro, quantidade de passos para bola, velocidade da corrida dele para chutar a bola muitos detalhes - contou Rogério Maia.

Mas ele não quer os louros somente para si:

- Antes do jogo, no vestiário, o Odair, auxiliar técnico, ajudou a escolher o canto pois precisávamos da experiência de um jogador para acompanhar o raciocínio do batedor, sendo que tudo foi apenas sugestão para o Weverton, pois a definição final é do goleiro neste momento é especial para o goleiro.

O ingrediente do "acaso" no ouro do Brasil - que mistura tristeza para um com a alegria para o outro - não pode ser ignorado quando o assunto é goleiro. Weverton, originalmente, não era nem para estar ali. Afinal, o preferido na lista inicial era Fernando Prass. Mas uma lesão ainda na fase de preparação, na Granja Comary, acabou tirando o goleiro do Palmeiras da Rio-2016. Mas como o nome de Weverton apareceu? Erasmo Damiani já falou que o processo de inclusão do goleiro do Atlético-PR foi cercado de tensão. Mas Rogério Maia conta que um ingrediente em especial contribuiu.

- A escolha sempre é do treinador, no caso o Rogério Micale. Era um nome em unanimidade. Eu acompanhava o Weverton desde um jogo no Beira-Rio, entre Internacional e Atlético-PR, em que ele jogava muito bem nas coberturas da defesa. Juntando tudo isso, naquela semana, o Weverton foi destaque no Mineirão no jogo de Cruzeiro x Atlético PR, em que Tite estava presente. Com Taffarel, usei o argumento de que, olhando na Olimpíada, auxiliaria a principal. Tudo ajudou - comentou o preparador de goleiros.

Mas, mesmo pelo pouco tempo de convivência, a presença de Prass foi marcante. E rendeu um respeito mútuo entre o preparador e o goleiro.

- A despedida do Prass foi triste ele é uma referência e no meu entendimento o Brasil precisava de um goleiro experiente que não se preocupa-se com vaias e não deslumbra-se com aplausos um goleiro vencedor acostumado com conquistas - completou Rogério Maia.