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Thiago Braga
São Paulo (SP)
Dia 16/05/2025
04:20
Atualizado há 50 minutos
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Na manhã de segunda-feira, 12 de maio, Ednaldo Rodrigues vivia um dos momentos mais celebrados de sua gestão à frente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Após meses de negociações frustradas, ele anunciava finalmente a contratação do técnico Carlo Ancelotti para comandar a Seleção Brasileira. No entanto, apenas três dias depois, ele seria afastado da presidência por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), mergulhando a entidade em nova crise institucional.

➡️ Tribunal de Justiça do Rio afasta Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF

De protagonista da esperada renovação da Seleção Brasileira a presidente afastado em apenas três dias, Ednaldo Rodrigues viu sua posição desmoronar em tempo recorde.

Segundo o Lance! apurou, nos bastidores, a queda de Ednaldo foi lida como um recuo do ministro Gilmar Mendes, que havia sustentado juridicamente o dirigente desde o início do ano. Ao remeter o processo de volta ao TJ-RJ, o ministro teria sinalizado um distanciamento estratégico do presidente afastado.

A reviravolta surpreendente expôs fissuras políticas, jurídicas e internas na estrutura da CBF. O estopim veio com a atuação do desembargador Gabriel Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que, contrariando decisão anterior do STF, que havia reconhecido a legalidade da eleição de Ednaldo, acatou argumentos de supostos vícios no acordo firmado por dirigentes em 2022 e homologado pelo Supremo. A decisão também nomeou Fernando Sarney como interventor, ignorando o estatuto da entidade, que prevê que o cargo seja ocupado pelo dirigente mais idoso, o que abriu nova frente de contestação jurídica.

O enfraquecimento de Ednaldo também se fez sentir politicamente. Apesar de reeleito com apoio unânime das Séries A e B e das federações estaduais em março, sua base rapidamente se desfez. Na terça-feira (13), tentou reunir os presidentes das federações em busca de apoio, só que alguns dirigentes não compareceram, o que foi visto como um sinal de rompimento.

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Na noite de quinta-feira (15), horas após o afastamento de Ednaldo ser oficializado, 19 das 27 federações estaduais divulgaram um manifesto rompendo publicamente com Ednaldo. Intitulado "Manifesto pela estabilidade, renovação e descentralização do futebol brasileiro", o documento criticou a centralização da gestão da CBF e defendeu uma nova liderança para o comando da entidade. A frustração com a condução política se sobrepôs até mesmo ao impacto positivo da chegada de Ancelotti.

Ednaldo recorreu ao STF na tentativa de retomar a presidência da CBF. Resta saber como a influência do ex-mandatário da CBF será vista tanto pelo meio político quanto pelo judiciário. E se todo o poder de Ednaldo será suficiente para que ele seja reconduzido ao cargo.

Carlo Ancelotti foi anunciado esta semana como treinador da Seleção Brasileira (Foto: Josep Lago / AFP)
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