Assistir a um jogo do Brasil ainda não é algo capaz de motivar o torcedor médio, mas é inegável que o time vem melhorando e evoluiu consideravelmente desde a chegada de Carlo Ancelotti. São três partidas e sete pontos, com quatro gols marcados e nenhum sofrido. Se o futebol ainda não é o da Seleção Brasileira que se quer, os números ao menos estão nesse caminho.
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Antes da chegada do italiano, o Brasil somava inacreditáveis 16 gols sofridos em 14 partidas pelas Eliminatórias, números que ainda hoje, passadas três rodadas com a meta de Alisson sem ser vazada, deixam a Seleção com a pior defesa entre as seis que estão na zona de classificação para a Copa do Mundo de 2026.
Ancelotti parece ter conseguido introjetar na cabeça dos jogadores que o melhor caminho para se vencer é aquele que passa por um time disposto a não sofrer gols. Mas, veja bem, longe de isso significar retranca. Ao contrário: quando os jogadores de frente entendem que também têm responsabilidades defensivas, a marcação fica alta e o Brasil ganha campo de jogo.
Isso ficou muito claro na vitória por 3 a 0 sobre o Chile na noite dessa quinta-feira (3), no Maracanã. A Seleção Brasileira foi a campo com quatro atacantes e nenhum de seus dois volantes, Casemiro e Bruno Guimarães, ficou por muito tempo atrás da linha de meio-campo.
Ancelotti exige que atacantes sejam solidários na marcação
Nenhum dos quatro de frente, Raphinha, Gabriel Martinelli, Estêvão e João Pedro, abdicou de tentar recuperar a bola quando o Chile a tinha como domínio. Havia sempre pelo menos dois brasileiros cercando, e invariavelmente um terceiro aparecendo por trás, vindo lá do outro lado, para recuperar a bola.
Carlo Ancelotti exaltou a postura do time e elogiou a responsabilidade defensiva do Brasil após a vitória sobre o Chile. Disse o treinador italiano:
— Quando uma equipe defende bem significa que toda a equipe defende bem. Eu acho que o futebol moderno está na mão dos jogadores de frente. Se trabalham (também) os jogadores de frente, eu acho que a equipe defende bem. Se não trabalham, a equipe sofre.
Faz três jogos que o Brasil não sofre. E isso já é um bom começo.