A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, criticou duramente a decisão da Federação Paulista de Futebol (FPF) de interditar a Arena Barueri para jogos organizados pela entidade. Em entrevista ao “Amazon Prime”, Leila afirmou que a medida teve motivação política e foi uma retaliação pessoal de Reinaldo Carneiro Bastos, atual presidente da FPF, pelo fato de ela não ter apoiado sua candidatura à presidência da CBF.
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— O estádio estava precário, precisando de reformas. Investimos cerca de R$ 70 milhões e disputamos clássicos, contra o São Paulo, contra o Corinthians, e o estádio está uma belezinha. Para mim não foi surpreendente que depois que não apoiei o candidato da Federação o estádio foi interditado para jogos da Federação. Esses jogos não posso jogar lá com a justificativa que o estádio está em obras. Então como eu joguei lá contra São Paulo e Corinthians? — afirmou Leila, no gramado do Allianz Parque antes da partida contra o Ceará, pela Copa do Brasil.
A Arena Barueri é utilizada pelo Palmeiras sempre que o Allianz Parque está indisponível e, desde 2023, é administrada por uma empresa da qual Leila Pereira é proprietária. A dirigente alegou que o estádio passou por uma ampla reforma, com investimentos que ultrapassaram R$ 70 milhões, e tem plenas condições de receber partidas oficiais. Segundo ela, o fato de a FPF alegar que o estádio está inapto para jogos com público não condiz com a realidade, uma vez que o local já sediou confrontos importantes recentemente.
— Então, sim, eu acho que foi uma represália do Reinaldo Carneiro Bastos — disparou Leila.
Leila também comentou sua escolha por apoiar o candidato Samir Xaud à presidência da CBF, reforçando que ele defende pautas semelhantes às do Palmeiras. Ela ainda explicou por que não assinou o manifesto dos clubes que pedem mudanças no estatuto da CBF e a criação de uma nova liga independente.
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— Eu apoio o Samir porque são as mesmas pautas que o Palmeiras defende. Diminuição do campeonato estadual, mudança de calendário, profissionalização da arbitragem e fair play financeiro — explicou a mandatária alviverde.
A interdição da Arena Barueri foi formalizada pela FPF por meio de uma portaria publicada na noite da última terça-feira, assinada por Marina Tranchitella, diretora de Segurança, Infraestrutura e VAR da entidade. O documento afirma que a decisão foi motivada por obras em andamento e pela “impossibilidade de realização de jogos com público”, sem fornecer maiores explicações. A Federação alegou ainda que recebeu do Palmeiras, no dia 16 de maio, um ofício informando que o estádio passaria por melhorias e que, por esse motivo, não receberia público até o fim de junho. No entanto, o Artigo 8º, inciso 4º, do Regulamento Geral de Competições da FPF veda partidas sem público em seus campeonatos, o que embasou juridicamente a proibição.
Confira abaixo a nota da Federação Paulista de Futebol
A Federação Paulista de Futebol esclarece que recebeu ofício da Sociedade Esportiva Palmeiras, no dia 16 de maio, informando que a Arena Barueri passa por obras e que o estádio está impossibilitado de receber jogos com público, ao menos até o final de junho. De acordo com o Regulamento Geral de Competições da FPF (Art. 8º), não é permitida a realização de partidas sem a presença de público.
Desta forma, a FPF publicou em seu site portaria vetando a realização de partidas de competições organizadas pela FPF na Arena Barueri enquanto esta restrição de público ocorrer. Tão logo esta questão seja solucionada, o estádio será novamente liberado para jogos de competições paulistas. Entretanto, vale ressaltar que não há veto para os jogos organizados pela CBF, que não tem restrições a partidas com portões fechados.