FILADÉLFIA (EUA) — Botafogo e Palmeiras se enfrentarão no Mundial de Clubes depois de travar duelos históricos nos dois últimos anos. A conquista alviverde do Brasileirão de 2023 foi devidamente pavimentada naquele 4 a 3, de virada, no Nilton Santos. No ano passado, o alvinegro carioca começou a arrancada para o inédito título da Libertadores após superar o time paulista nas oitavas. E os dois brigaram pelo Campeonato Brasileiro até a última rodada, dessa vez com o Botafogo levando a melhor.
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História é importante, estatísticas também. Elas fomentam rivalidades e ajudam a contar um pouco sobre a grandeza do duelo. Mas o Botafogo que o Palmeiras irá enfrentar na Filadélfia por uma vaga entre os oito melhores do Mundial de Clubes é outro. Pouco tem a ver com o de 2024, nada tem a ver com o de 2023.
A começar pelo estilo de jogo implantado pelo técnico Renato Paiva. Lembra um pouco o do conterrâneo Artur Jorge, é verdade, mas com outros jogadores e outro tipo de postura. É um time mais sólido na defesa, tem transições rápidas e gosta muito de rodar o jogo.
O Botafogo do Mundial de Clubes
Paiva já mostrou que oferece um time duro de ser superado pelo Palmeiras na primeira rodada do Brasileirão deste ano, quando arrancou um empate sem gols no sempre difícil Allianz Parque. Mas este Botafogo do Mundial de Clubes também é outro.
Na primeira rodada do Brasileiro, Renato Paiva estreava como técnico em jogo oficial pelo clube, que vinha de três meses de muita contestação por parte da torcida. Jogava fora de casa diante de um dos melhores times desta década, mordido que estava por ter recém perdido o Campeonato Paulista. Era um Botafogo que tinha um mês de trabalho e ainda não havia sido testado.
Passados quase três meses daquele jogo, o técnico português deu um padrão ao time. Mas, mais do que isso, viu o Botafogo jogar com genuína autoridade neste Mundial de Clubes. Venceu aos trancos e barrancos o Seattle Sounders, é verdade, mas venceu com merecimento o atual campeão europeu, Paris Saint-Germain, e fez jogo igual com o Atlético de Madrid. Perdeu com gol no fim, quando podia perder.
Palmeiras precisará de paciência para superar o Botafogo
O Botafogo deste Mundial de Clubes tem unidade coletiva, sabe jogar com as linhas próximas e contragolpeia sempre com perigo. Joga com Artur aberto pela direita, com Savarino flutuando entre o meio e a esquerda e com Igor Jesus sem misericórdia no ataque. Se o Palmeiras der o mesmo mole que deu para Allende e Suárez no jogo de segunda-feira, vai levar gol.
Obviamente, o Botafogo também tem pontos fracos. É um time que, por jogar no limite físico neste Mundial de Clubes, cansa no segundo tempo. E às vezes quem entra não o faz no mesmo ritmo dos que estavam. Não por acaso o time sofreu pressão do Seattle Sounders nos 15 minutos finais da estreia, e sofreu o gol da derrota nos dez finais com o Atlético de Madrid.
Em suma, vencer o Botafogo é um exercício sobretudo de paciência.