NOVA JERSEY (EUA) - A partida do Palmeiras foi marcada por recados a Abel Ferreira e um personagem central: Flaco López. Capaz de despertar amores e desconfianças na mesma medida, foi dele o gesto que rompeu o silêncio nervoso no MetLife Stadium. A promessa de um banho de água fria até pairou no ar, como costuma pairar sobre quem se atreve a sonhar. Mas, ironia meteorológica ou capricho divino, a tempestade não veio. O jogo, sim, foi interrompido — mas a história já havia começado a ser contada.
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Se, em campo, a euforia deu lugar ao vazio das arquibancadas, esvaziadas a pedido da organização, fora dele a comissão técnica entendeu o recado vindo do gramado. Os lados da balança naquela tarde já estavam identificados.
Entre os vencedores, Flaco López, Aníbal Moreno, a comissão técnica e, principalmente, as pretensões do Palmeiras na competição, que ganham ainda mais fôlego com os três pontos e a liderança do disputado Grupo A.
Para que existam vencedores, alguém precisa perder. Aniversariante do dia, Raphael Veiga passou da apatia com a bola nos pés à tensão de uma possível expulsão após uma entrada dura. A festa esteve longe de ser feliz, mas, ao menos, escapou de um final melancólico com a retirada do cartão vermelho após revisão no VAR.
Já as cifras investidas em sua contratação, fator que acompanhou Vitor Roque desde sua pomposa chegada e na disputa pela titularidade, começam a impactar a rotina do atacante. A dificuldade se intensifica na sombra, aquela que surge vindo do banco de reservas com a camisa 42 nas costas.
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Abel Ferreira e o novo contexto do Palmeiras
Agora, basta entender se Abel Ferreira compreenderá os recados dados pela equipe nos Estados Unidos e se irá optar pelo conservadorismo nas mudanças, como na campanha da Copa Libertadores em 2023, ou se seguirá o caminho renovado que tem adotado nesta temporada. As contratações na última janela e as alterações no esqueleto da equipe são alguns dos sinais apresentados, assim como a coletiva de imprensa concedida às vésperas do confronto.
— Eu não repito muitas vezes a equipe porque acho que não devo. Quero atacar, quero defender, quero tentar surpreender os adversários com pequenas nuances estratégicas — afirmou o treinador.
A vitória traz tranquilidade para a sequência do trabalho em solo norte-americano, ao mesmo tempo em que transfere a responsabilidade pelos resultados aos demais integrantes da chave. A viagem rumo ao encontro com Messi ganha um novo significado, além do embate de gerações entre a joia e o craque, mas segue decisiva para que a trajetória do clube no torneio não tenha uma parada em Paris — considerada o destino final pela maioria dos presentes na competição.