As cidades do Rio de Janeiro e de Niterói estão nos últimos preparativos para a eleição da cidade-sede dos Jogos Pan-Americanos de 2031. Yane Marques e Emanuel Rego saíram com o ouro na última edição do Pan realizada no Rio, em 2007, e hoje estão na linha de frente da candidatura Rio-Niterói aos jogos que acontecem daqui a seis anos. Em entrevista exclusiva ao Lance!, eles contaram as suas expectativas e do salto de atletas a dirigentes em menos de 20 anos.

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Atualmente, Yane Marques é vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil. A atleta fez história ao conquistar o primeiro ouro feminino do Brasil no pentatlo moderno durante os Jogos Pan-Americanos de 2007, realizados no Rio de Janeiro. Tendo a oportunidade de disputar em casa, Yane destaca que o feito é uma vantagem:

— É muito gostoso você competir em casa, com instalações que você de alguma forma já competiu, já conhecia. Isso é uma vantagem, a torcida também. E pensando como atleta de fora, tenho contato com muitos atletas de vários países, e eles adoram competir no Brasil.

Yane Marques em disputa nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro (Foto: Sebastião Moreira / EFE / Acervo Lance!)

Chegando aos Jogos Pan-Americanos de 2007 com oito títulos do circuito mundial do vôlei e um ouro olímpico, Emanuel Rego, atual diretor-geral do COB, foi campeão de um Pan pela primeira vez no Rio de Janeiro. Ao Lance!, o campeão olímpico disse que viu uma mobilização da comunidade do vôlei de praia ao conquistar o ouro em casa:

— Jogar um Pan-Americano em casa é muito motivador. Lembro que a medalha de ouro, que constei com o Ricardo Santos motivou toda a modalidade de vôlei de praia. Houve um desenvolvimento muito grande.

Ricardo e Emanuel em ação nos Jogos Pan-Americanos de 2007 (Foto: Paulo Serio / Lancepress! / Acervo Lance!)

Para os campeões Pan-Americanos, Pan 2031 é oportunidade de expansão esportiva

Reunindo a experiência de atleta com os cargos na gestão esportiva do COB, Yane e Emanuel concordam que os Jogos Pan-Americanos de 2031 seriam uma oportunidade de colocar o Brasil em um pedestal mais alto no conceito de "nação esportiva", slogan da gestão atual do comitê.

— A gente fala de massificação do esporte no Brasil, de encantamento por parte dos jovens. Os Jogos Pan-Americanos de 2031, apesar de serem daqui a seis anos, vêm para corroborar com essa nossa ideia de trazer ídolos e referências. Para as pessoas se aproximarem desses atletas que já têm carreira de sucesso, dos nossos jovens atletas, das nossas promessas do esporte no Brasil. O legado físico, ele existe, sim. Isso é fato. É uma oportunidade da gente dar mais vida a isso, a essas estruturas que já existem — analisou Yane Marques, que completou:

— O legado desses jogos vai ser esse encantamento, esse legado de ídolos, de referências, de aproximação com um esporte de nível Pan-Americano. É para somar nesse nosso desejo de se tornar um dia uma nação esportiva, que muitos jovens estejam ativos, praticando esporte. Desse "muitos", a gente tira alguns atletas com potencial para serem atletas olímpicos.

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Emanuel Rego também acredita no investimento recebido quando um país recebe um evento da magnitude de um Pan-Americano:

— Você tem a possibilidade de receber todo tipo de incentivo. Nos cinco anos que antecedem os jogos Pan-Americanos há uma preparação das infraestruturas, do material esportivo. Instalações esportivas vão ser criadas em função dos jogos e o benefício é muito grande para os atletas, que vão estar participando de eventos em casa, com a possibilidade de trazer eventos internacionais. Todos os países das Américas vão estar com os olhos virados para cá. Seria uma oportunidade de clubes, famílias, pessoas ligadas ao esporte estarem juntos, pensando na evolução do esporte.

Dirigentes contam expectativas para eleição desta sexta-feira

Nesta sexta-feira (10), a Panam Sports realiza a cerimônia de divulgação do resultado da candidatura escolhida para sediar os Jogos Pan-Americanos de 2031. Agora, todo o trabalho realizado nos últimos meses terão as avaliações divulgadas. Yane Marques espera uma disputa difícil, mas está feliz com os resultados já alcançados:

— A expectativa é bem pé no chão. A gente sabe que é uma concorrência dura, não vai ser fácil. O Brasil tem muitos pontos positivos e o Paraguai vem trabalhando politicamente essa eleição há muito tempo.
Então, isso torna eles também um forte candidato. Mas a gente fez o que a gente tinha que fazer. A gente se aproximou dos comitês olímpicos, apresentamos um projeto legal, realista e possível. Espero, de verdade, que a gente possa sair daqui levando esse Pan para o Rio e para a Niterói.

Visita da Panam Sports a Niterói (Foto: Candidatura Rio-Niterói ao Pan 2031)

Emanuel está com uma expectativa positiva para a candidatura Rio-Niterói para o Pan de 2031. Ele também destacou a oportunidade de ser relacionar com outros comitês:

— Houve uma oportunidade também para o presidente La Porta, para mim e para o COB nos apresentarmos para todos os presidentes dos Comitês Olímpicos das Américas, dos 41 países. Acho que esse é um relacionamento importante. Um dos nossos pilares do nosso planejamento estratégico era buscar essa ascensão da imagem do Brasil fora do país, acho que isso para mim já foi muito importante.

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