Multicampeã pela Seleção Brasileira e medalhista olímpica, a ex-jogadora Leila Barros, a Leila do Vôlei, agora exerce a função de senadora. Em entrevista no início deste mês, ela contou sobre a fama de "musa", a idolatria nas Filipinas e relatou se sentir arrependida de ter feito a transição do vôlei de quadra para a praia. As declarações foram feitas no podcast "Basticast".
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Durante a carreira, Leila passou a ser conhecida como "musa do vôlei". A ex-atleta afirma que se incomodava com esse apelido, já que não queria que seus aspectos físicos se sobrepusessem ao seu desempenho dentro de quadra. Para tentar sair dos holofotes, chegou até a cortar o cabelo, mas a estratégia não deu certo.
— Eu tive um processo muito difícil quando começaram a falar que "Leila é musa". Poxa, eu treinava tanto quanto as outras, essa coisa de sexualizar a imagem do atleta sempre me incomodou muito. Eu cortei o meu cabelo porque não queria ser musa, e aí eu apareci mais ainda. Quando nós (a Seleção) chegamos na Ásia eu virei popstar por causa do cabelo curto, eu destoava das demais. Virei uma marca. Cheguei no Minas e as meninas todas de cabelo cortado — disse Leila.
Há 25 anos, Leila foi às Filipinas para a disputa de um campeonato. Lá, teve a experiência da idolatria da população local. Atualmente, situação semelhante foi vivida por Gabi Guimarães e Rosamaria no Mundial de Vôlei 2025, mostrando a herança daquela época no país asiático.
— Era "Leila mania". Eles gostaram de mim. Meu jeito alegre, maroto. Mas não tem explicação. Eu lembro que até hoje quando cheguei a primeira vez nas Filipinas, em 1999, já no aeroporto, eu nunca tinha estado naquele país, e todo mundo: "Leila, Leila". Nem parei na imigração. Eles já falavam: 'Leila para presidente (e eu nunca imaginei que estaria na política hoje)', 'Leila casa comigo.' Me convidaram para fazer um filme! Atriz de filme policial, eu ia ser a mocinha, mas eu torci meu joelho, tive que operar, não deu para ir. Eu ia para Ásia e voltava com duas malas a mais. Eu tinha mais de 3 mil bichos de pelúcia! — contou a ex-atleta.
Leila voltou às Filipinas em setembro deste ano, na final do Mundial de Vôlei masculino. Ela relata que o carinho continuou o mesmo, apesar de acharem que as pessoas não iriam lembrar dela.
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Arrependimento da transição para o vôlei de praia
Antes de começar na política, a ex-jogadora, agora com 52 anos, migrou da quadra para o vôlei de praia. Leila admite que se arrependeu da decisão, mas o lado positivo foi que, naquele cenário, conheceu seu marido: Emanuel Rego, campeão olímpico em Atenas 2004.
— Me arrependo de ter ido da quadra para praia na hora que eu estava no meu ápice. Eu ganhei com o Flamengo e saí, mas eu não estava bem de cabeça, hoje eu tenho essa consciência. Eu queria ter esse período com a minha mãe. Só que quando eu cheguei, eu vi que teria que treinar mais do que quando estava no Flamengo, mas eu já tinha patrocínios, já tinha firmado uma dupla. Eu não podia dizer seis meses depois que eu não ia, não era do meu feitio. Mas não era o momento. Agora, o lado positivo da praia foi que eu conheci o meu marido (Emanuel Rego) — disse Leila