O ciclo olímpico rumo aos Jogos de Los Angeles 2028 já começou. Por isso, o Lance! traz, toda sexta-feira, um perfil com atletas promissores no esporte olímpico, apresentando nomes que podem brilhar ao longo dos próximos anos. Desta vez, o destaque é Yago Dora, atual campeão mundial de surfe.
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Um dos principais nomes da modalidade desde que estreou na elite da World Surf League (WSL), em 2018, Yago conquistou seu primeiro título mundial aos 29 anos, um pouco mais tarde quando comparado com outros brasileiros - Gabriel Medina foi campeão pela primeira vez aos 20 anos, enquanto Ítalo Ferreira comemorou seu primeiro título aos 25. O paranaense, porém, faz questão de destacar o processo que trouxe a maturidade apresentada em 2025.
— Todo esse trajeto foi muito importante pra mim e as coisas aconteceram na hora que tinham que acontecer, acho que tudo tem o seu tempo e agora eu tenho maturidade o suficiente pra conquistar algo grandioso assim. Realmente eu tomei mais tempo pra formar essa mentalidade campeã, acho que demorei um pouco mais que muitos atletas demoram, mas foi tudo no tempo certo - contou, em conversa exclusiva com o Lance!
Após o título da WSL, confirmado no dia 2 de setembro, na disputa do Finals em Fiji, Yago Dora compartilhou, em suas redes sociais, uma lista de metas para a temporada 2025, feita no início do ano, que incluía vencer duas etapas do circuito, se classificar para o Finals no top-3 e conquistar o título. Com todos os objetivos cumpridos, o surfista contou que tem apostado em um trabalho fora da água, envolvendo yoga e meditação, em busca do aprimoramento.
— Eu trabalho de várias formas diferentes pra me tornar um surfista melhor, mais pronto, então eu trabalho muito fora da água também, com treino físico e uma parte que tem me ajudado muito é o yoga, que eu tenho feito bastante. Principalmente essa parte da respiração, da meditação, de mentalizar as minhas metas, meus objetivos, tem me ajudado bastante a me manter preparado pra esse momento - disse.
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Sonho olímpico e retrospecto positivo
Yago Dora viveu o ciclo olímpico rumo aos Jogos de Paris, mas não garantiu vaga para competir no Taihiti - na ocasião, o Brasil foi representado por Gabriel Medina, que terminou com a medalha de bronze. Desta vez, inicia o caminho até Los Angeles com o título mundial e um retrospecto a seu favor, já que Trestles, palco do surfe em 2028, foi uma das etapas vencidas por Dora em 2025.
— Com certeza tá nos meus planos me classificar para as Olimpíadas. Ainda faltam alguns anos, mas acho que a questão do palco ser Trestles me incentiva muito. Eu sabia que no ano passado, sendo no Tahiti também, seria uma onda que seria muito boa para mim, eu bati na trave, mas acho que é isso, as coisas vêm na hora certa e eu tô bem animado pra daqui a uns anos pegar essa vaga - projetou.
Relação com futebol e novos ídolos
Com a conquista do título mundial, Yago Dora precisou cumprir a promessa de homenagear um dos seus principais ídolos no esporte e replicar o penteado 'cascão', usado por Ronaldo Fenômeno na Copa do Mundo de 2002. O estilo trouxe à tona a relação do surfista com o futebol, esporte que ele chegou a praticar antes de focar sua atenção totalmente à prancha.
— Eu sempre gostei muito do futebol, acho um esporte muito bonito de assistir, os passes, o entrosamento do time, meu esporte é individual, não tem isso, mas eu acho muito bonita essa parte do futebol. Eu sempre gostei muito e acho que sempre foi a referência pra gente brasileiro, os nossos ídolos virem do futebol, que era e ainda é o nosso esporte cultural, o maior esporte - disse, ao Lance!
Se hoje a Seleção Brasileira de futebol não inspira tanta identificação com os torcedores quanto nos tempos de Fenômeno, Yago Dora representa um novo perfil de ídolos do esporte brasileiro. Recebido com festa no aeroporto de Florianópolis em seu retorno ao país, o surfista reconhece a mudança de status da modalidade para as novas gerações.
— É muito legal ver o surfe ganhando seu espaço e vendo que as crianças hoje em dia podem crescer sonhando em ser surfistas. Na minha geração, ninguém nascia querendo ser surfista, todo mundo ainda nascia querendo ser jogador de futebol e depois ia ver que vai ser surfista, de repente. Acho que hoje em dia, tem muita criança já vindo voltado pro surfe e é muito legal ver esses ídolos sendo formados - finalizou.
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