O ciclo olímpico rumo aos Jogos de Los Angeles 2028 já começou. Por isso, o Lance! traz, toda sexta-feira, um perfil com atletas promissores no esporte olímpico, apresentando nomes que podem brilhar ao longo dos próximos anos. Desta vez, o destaque é para o lançador de dardo Luiz Maurício que, recém-chegado ao Brasil do Mundial de Tóquio, leva lições importantes em busca de sua segunda participação olímpica.
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O mineiro de Juiz de Fora fez sua estreia em Jogos Olímpicos em Paris 2024, aos 24 anos, e ali já alcançou um feito histórico para o lançamento de dardo no Brasil, que não tem tanta tradição na prova. Com marca de 85,91m nas eliminatórias, quebrou não apenas o recorde sul-americano, mas também um jejum de mais de 90 anos sem um representante do país em uma final olímpica.
Desde então, o ano pós-olímpico foi de aprimoramento e melhoria de marcas para Luiz Mauricio. Ao lado de seu treinador, Fernando Barbosa, o atleta participou de um camping em Madri, disputou competições no Quênia, Polônia e Paris, e quebrou seu recorde pessoal três vezes, alcançando o auge no Troféu Brasil, em agosto, quando entrou para o "clube dos 90 metros". Na ocasião, lançou para 90,68m nas eliminatórias e conquistou o título com lançamento para 91m, colocando na conta mais um recorde pessoal e sul-americano.
— O ano passado foi meu primeiro contato com atletas de alto rendimento mesmo, com os Jogos, foi uma vivência muito legal. É totalmente diferente viver em alto rendimento, em todas as competições você precisa fazer o melhor possível pra pegar pódio ou pra fazer grandes resultados. O treinamento é bem diferente, eu tive a experiência de, em um mês, fazer quatro, cinco competições uma atrás da outra. Foi uma temporada em que tudo foi acontecendo, foi evoluindo conforme o treinamento e o feedback durante as competições. Eu pude saber onde arriscar, onde posso melhorar ainda - disse, em entrevista ao Lance!, durante a COB Expo.
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Frustração e aprendizado no Mundial
Embalado pela temporada positiva, Luiz Maurício chegou ao Mundial de Atletismo de Tóquio, em setembro, como candidato ao pódio. Porém, o resultado não foi o esperado. Com lançamentos abaixo da casa dos 80 metros nas primeiras tentativas, Luiz Maurício conseguiu melhorar sua marca apenas para 81,12m, resultado bem abaixo de seu recorde pessoal e insuficiente para alcançar uma final.
— Em uma competição como o Mundial, você não pode errar, e foi isso que aconteceu. Eu errei o primeiro, errei o segundo, e quando chegou o terceiro, fiquei um pouco inseguro na técnica, com o que eu precisava fazer pra avançar. Eu acabei errando o ângulo do lançamento, o dardo acabou subindo muito e não estava planando - avaliou.
Na disputa por medalhas, nenhum dos atletas alcançou a marca dos 90 metros. O campeão Keshorn Walcott, de Trinidad e Tobago, conquistou a medalha de ouro com lançamento para 88,16m, ou seja, caso Luiz Mauricio repetisse sua marca do Troféu Brasil, poderia conquistar o título mundial.
— Acredito que tudo acontece por um motivo e (a eliminação) acabou sendo um aprendizado bem grande, então isso também foi positivo para eu melhorar e aprender para a próxima temporada. Mas, estou pronto para a próxima temporada e vamos trabalhando - disse.
Caminho até Los Angeles
Encerrada a principal competição da temporada, Luiz Maurício planeja os próximos passos no ciclo olímpico. Em sua agenda da próxima temporada, já estão previstas mais viagens de aprimoramento de olho na condição ideal para a busca do pódio.
— O ano que vem já começam as viagens pra aprimoramento, os campings, aprender bastante nesses dois próximos anos pra chegar em 2028 com a técnica o mais apurada possível, bem encaixadinha, pra poder repetir ou até melhorar essas marcas e trazer, quem sabe, a tão sonhada medalha - finalizou.
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