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Beatriz Pinheiro
Enviada especial
Dia 14/08/2025
11:44
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PARAGUAI - Os 2,02m de altura não deixam Davi e Deivid Silva passarem despercebidos por onde passam. Porém, os irmãos da comunidade da Chacrinha, no Rio de Janeiro, se destacam principalmente pelo talento com a raquete e peteca. Crias de projeto social, os gêmeos cresceram no badminton e conquistaram, na última quarta-feira (13), medalha de ouro e prata nos Jogos Pan-Americanos Júnior de Assunção.

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Os irmãos não jogam juntos, mas vivem intensamente as partidas do outro de fora da quadra. Os dois disputaram as chaves de individual e de duplas mistas e cada um alcançou uma final: Davi nas duplas ao lado de Juliana Viana, e Deivid no individual.

— Quando ele tá jogando, eu fico muito nervoso. Quando ele erra, quando ele acerta, quando tá lado a lado, eu fico bastante nervoso. Isso aqui foi desde sempre, eu vou estar sempre torcendo por ele e ele vai estar sempre torcendo por mim e isso que importa. A vitória dele é a minha, a minha vitória é a dele. Essa irmandade nunca vai acabar - conta Deivid, medalhista de prata.

O início no esporte, ainda pouco popularizado no Brasil, veio através da Associação Miratus, projeto social fundado por Sebastião Oliveira, pai de Ygor Coelho, atleta de badminton que representou o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, Tóquio 2020 e Paris 2024. O caminho começou na comunidade da Chacrinha, onde Davi e Deivid moram até hoje. Aquilo que começou como brincadeira se tornou a vida dos gêmeos.

— A gente começou a treinar, se divertir, e aí quando meus pais e o nosso treinador viram que a gente tinha futuro, começou a levar mais a sério. A gente era muito viciado em badminton, às vezes faltava aula pra treinar, às vezes corria risco lá na nossa comunidade pra ir treinar. E o fruto tá aí, a gente tá batalhando e com certeza vamos trazer muito mais resultado pro Brasil - disse Deivid.

Referência para o futuro

Davi, que foi medalhista de ouro nas duplas mistas ao lado de Juliana Viana, fez questão de ressaltar o trabalho realizado ao longo da preparação para o Pan Júnior e quer servir de exemplo para que as próximas gerações repitam os feitos dos irmãos Silva até aqui.

— A gente vem batalhando bastante, quando a gente recebeu a convocação a gente trabalhou bastante pra chegar aqui e conseguir um bom resultado. Hoje a gente conseguiu um feito inédito, agora é seguir e que as outras gerações consigam alcançar a gente, espero que eles trabalhem bastante pra conseguir os mesmos resultados que a gente tá conseguindo aqui agora - contou.

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Deivid Silva, Juliana Viana e Davi Silva, medalhistas do Pan Júnior (Foto: Miriam Jeske/COB)

Brasil em todas as finais

Além de Davi e Deivid, o Brasil também subiu ao pódio com Juliana Viana no individual. A piauiense, que foi porta-bandeira do Time Brasil na cerimônia de abertura ao lado do skatista Filipe Mota, levou a medalha de prata após enfrentar a canadense Rachel Chan na final. Primeira brasileira a vencer uma partida de badminton em Jogos Olímpicos, Juliana encerra seu último Pan Júnior de olho no futuro.

— Eu fiz o meu melhor, saí com ouro e com a prata, consegui contribuir com o quadro de medalhas do Time Brasil, representar o badminton brasileiro, que é super importante trazer essa visibilidade pro nosso esporte. Tenho o Mundial em poucos dias, mais alguns objetivos que ainda quero concluir, mas tô bem feliz com a minha participação aqui - declarou.

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Beatriz Pinheiro viajou a convite do Comitê Olímpico do Brasil (COB)

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