Mais Esportes

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Federação de Natação inicia processo para suspender o Brasil

Eleição da CBDA é motivo de investigação internacional

Natação brasileira vive crise (Foto: Renato Sette Camara)
Escrito por

A Federação Internacional de Natação (Fina) iniciou oficialmente nesta sexta-feira o processo para suspender a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA). A entidade internacional enviou à filiada uma carta onde informou que submeterá o processo eleitoral que elegeu para presidente Miguel Cagnoni, ao seu Bureau – Comitê Executivo - e deu de prazo até o dia 28, para receber as alegações brasileiras.

Na carta, a Fina evidenciou seu desrespeito ao resultado do pleito da CBDA. Ao endereçar o documento, redigido em inglês, não citou ou o destinou ao presidente da CBDA e apenas escreveu: “TO WHOM IT MAY CONCERN”, que em português quer dizer: “a quem interessar possa”. E no fim o diretor executivo da entidade internacional Cornel Marculescu limitou-se a dizer que o Brasil tem até o dia 28 para se manifestar, “if you so whish”, em português: “se desejar”.

A Fina já havia avisado que não reconhecia o resultado da eleição. A entidade máxima dos desportos aquáticos frisou que o pleito desrespeitava não só seus estatutos e regras como também as normas que regem a CBDA, após uma intervenção da Justiça Comum

Gustavo Licks, interventor nomeado em março pela juíza titular da 25ª Vara Cível do Rio de Janeiro, Simone Gastesi Chevrand, disse que a eleição foi realizada sem ferir os estatutos da CBDA. Alegou que a mudança nas regras do pleito ocorreu para adequar a entidade à legislação brasileira.

Mas o principal argumento da Fina para caracterizar a intervenção da Justiça Comum na CBDA não é o fato de Licks ter atuado como interventor. Para a entidade internacional, a interferência ocorreu quando o advogado assumiu a responsabilidade por criar as novas regras e mudar a maneira de escolha do novo presidente.

De acordo com o estatuto da CBDA, em seu artigo nº 25, alínea G, somente uma Assembleia Geral Extraordinária poderia ter feito as mudanças. Para a Fina, Licks ao assumir a entidade, após o presidente Coaracy Nunes e seus eventuais substitutos terem sido presos, tinha o dever de convocar a assembleia e orientar as mudanças, mas não ser o único responsável por elas.

- A Assembleia Geral é o órgão fundamental da associação (CBDA)...Por isso, é fundamental que as disposições da Constituição sobre os direitos de voto sejam observadas. As decisões tomadas em violações destas disposições não podem ser válidas – observou trecho da carta da Fina.

A CBDA tem até o dia 28 para responder aos questionamentos da Fina. Com as respostas em mãos, a entidade internacional reunirá o seu Bureau – Comitê Executivo – para decidir sobre a punição a ser aplicada à entidade brasileira, que em casos como esses é previsto uma suspensão até os estatutos e regras voltarem a ser respeitados, o que poderá anular a eleição de Cagnoni.

- Em vista do exposto, informamos que o assunto será submetido ao Bureau da Fina para decisão sobre o reconhecimento das eleições e as possíveis consequências para a CBDA, inclusive uma suspensão até que as eleições tenham sido devidamente realizadas de acordo com a Constituição da CBDA e regras da Fina – estabeleceu o documento.

Atletas no Mundial sem bandeira brasileira

Com a CBDA suspensa pela Fina, os atletas do Brasil não poderão participar dos principais eventos internacionais sob a bandeira do país. Os competidores seriam obrigados a adotar a bandeira da entidade máxima do desporto aquático ou do Comitê Olímpico Internacional (COI) e a primeira disputa nesses moldes já pode ser o Mundial de Budapeste, que começa em 23 de julho.

Além de prejudicar os atletas, uma suspensão da Fina poderá acarretar a fuga de patrocinadores da CBDA. O LANCE! revelou que o diretor de Marketing da Speedo, Igor Souza, demonstrou ao então interventor da CBDA o seu descontentamento e a maneira errônea como o processo eleitoral era conduzido.

Como supervisor técnico de Maratonas Aquáticas da entidade, o profissional da fornecedora de material esportivo encaminhou uma carta onde aconselhou Licks a rever todo o procedimento e o alertou para as possíveis sanções da Fina.