Dia 07/05/2025
12:57
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Considerada a liga de maior alcance global em número de espectadores, a Premier League pode ter uma de suas estratégias de expansão de marca vetada pelas autoridades britânicas. Um projeto de lei que corre na Câmara dos Comuns do Reino Unido - que pertence ao parlamento britânico - quer proibir a realização de jogos da liga inglesa fora do território do país. As informações são do veículo inglês "The Guardian".

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O "cabo de guerra" é disputado entre donos de clubes e investidores da competição e políticos britânicos, além de uma parcela da torcida das equipes que se preocupam com a globalização dos clubes, o que poderia criar um movimento de saída para outros mercados e diminuir a quantidade de jogos do campeonato em território inglês e galês. Nesse contexto, embora o governo britânico não pretenda incluir uma emenda de veto, ele está pronto para dar suporte à decisão do parlamento.

Entre as figuras que tentam levar a Premier League está o dono do Liverpool, Tom Werner. O norte-americano já declarou em entrevistas que tem projetos para levar jogos do clube para cidades como Nova Iorque, onde nasceu, Tóquio, Los Angeles, Ryadh e até o Rio de Janeiro. O bilionário também é dono do Boston Red Sox, tradicional equipe de beisebol dos EUA, que disputa a MLS.

Por outro lado, os parlamentares têm um projeto de lei que criou o Regulador Independente de Futebol (RIF), agência que responsável por controlar a sustentabilidade financeira dos clubes, interesse das torcidas e fortalecer o futebol inglês.

Segundo o Guardian, a segunda leitura do projeto de lei na Câmara acendeu o alerta para a necessidade da criação de cláusula mais dura contra a internacionalização dos jogos. O veículo detalha que as autoridades perceberam que a atual cláusula pode dar brechas para a realização de eventos fora do país. O atual documento afirma que o RIF deve ser acionado pelos clubes para avaliar a possibilidade, ou não, de mover o local das partidas. Entretanto, entende-se que precisa haver um item claro e direto que exclua a possibilidade alterar o país do mando do jogo.

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Premier League é a liga nacional mais assistida do mundo. (Foto: OLI SCARFF / AFP)

Essa discussão volta à tona após quase duas décadas, quando o "39º jogo" foi vetado por autoridades como a Fifa e por torcedores. O "39º jogo" foi uma ideia criada em 2008 e que tinha como objetivo criar uma rodada internacional da Premier League à época fora da Inglaterra ou País de Gales. O CEO da Premier League, Richard Masters, declarou na última temporada que não havia discussões estruturadas sobre levar jogos da liga para outros países.

Em paralelo à polêmica que corre na Inglaterra, a Fifa também se movimenta para alterar suas regras de jogos internacionais para ligas domésticas. Já existem regras que regulamentam essas ações, mas, segundo o Guardian, um grupo de trabalho foi criado para acelerar a criação de novas medidas.

Ligas europeias têm planos para levar jogos ao exterior

No caminho inverso ao que é trabalhado pelo parlamento britânico, países como Espanha e Itália parecem não se opor à ideia de internacionalizar os jogos. A La Liga e a Serie A são ligas que avançam no debate sobre criar partidas fora de seus territórios originais.

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Os dois países, inclusive, já têm produtos que são disputados fora do país. A Supercopa da Espanha, que é gerida pela Federação Espanhola e não pela La Liga, é disputada na Arábia Saudita. A primeira edição foi em 2019/20 e, no pós-pandemia, foi retomada em território saudita em 2022. Atualmente, são quatro clubes que disputam o troféu.

Na Itália, a Supercopa do país seguiu o mesmo caminho e também parou no mundo árabe. Em 2024 e 2025, a competição foi jogada no Oriente Médio por um acordo da federação. Nos dois casos, as autoridades esportivas dos países alegaram ser uma estratégia comercial e de marketing válida para os clubes e para as próprias federações.

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