A torcida do Paraná promete se encontrar na Vila Capanema, estádio do clube, para apoiar e mobilizar a venda da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O clube negocia 90% das ações por R$ 212 milhões, enquanto um ex-presidente tem 10%.
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O encontro entre os torcedores está previsto para quinta-feira (23), às 19h30 (de Brasília), na entrada da rua Engenheiros Rebouças. A torcida pretende passar uma imagem de união e esperança.
- Vamos mostrar que o maior patrimônio do Paraná Clube é a sua torcida! Por anos carregamos nas costas o peso da história, a dor das quedas e a esperança que nunca morre. Fomos testados em todas as áreas... mas seguimos de pé, com o peito aberto e a guarda alta. Chegou o tempo de virar a página. A força do Paraná vem do seu povo, e o seu povo está pronto para lutar! Esqueça as cores de movimentos, coletivos ou grupos. Nesse dia, somos todos um só: Paraná Clube! - diz o texto.
O dia da manifestação não é por acaso e antecede uma data importante para o Tricolor. Na tarde de sexta-feira (24), de forma virtual, uma Assembleia Geral dos Credores (AGC) decidirá a aprovação ou reprovação do plano modificativo da Recuperação Judicial (RJ), que pretende ter maiores garantias de pagamentos das dívidas.
A aceitação dos credores é determinante para a venda da SAF ser concluída até o final deste ano, principalmente se não tiver mudanças na forma de pagar a RJ. Já se for aprovado o plano modificativo, o Conselho Deliberativo precisa dar o aval final e depois a juíza Mariana Gusso, do 1ª Vara de Falências de Curitiba, homologar a tratativa.
Se a ACG não chegar a um acordo, nem com plano atual e nem com o moficativo, a SAF volta a ficar travada e com incertezas. Além disso, sem cumprir nenhum pagamento na Recuperação Judicial, oficializada em setembro de 2023, o Paraná ainda corre o risco de ter a falência decretada - alguns credores apoiam esse movimento.
Conselho do Paraná Clube aprova pré-proposta por venda da SAF
Na noite de segunda-feira (20), o Conselho Deliberativo do Paraná Clube aprovou, por unanimidade, a proposta da NextPlay Capital Ltda. Essa aprovação, contudo, é uma prévia.
Se os credores alterarem o pagamento da Recuperação Judicial, a Nextplay precisa adequar a oferta e passar novamente pela aceitação dos conselheiros paranistas. O grupo de investidores também pode recuar e desistir da proposta, já que o plano modificativo coloca a responsabilidade da empresa pagar a dívida da RJ, caso a venda da sede/leilão da Kennedy não aconteça ou não cubra todo o valor (R$ 89,92 milhões).
A Netxplay, que envolve emprésarios brasileiros e estrangeiros não revelados nos investimentos, é liderada por Pedro Weber, ex-América-RN e que seria o futuro CEO. A empresa conseguiu o direito de preferência e tem até três dias úteis para cobrir qualquer oferta concorrente.
Os demais interessados, por exemplo, precisam fazer uma proposta 10% superior para poder concorrer na compra da SAF do Tricolor. No final de agosto, o Paraná chegou a receber uma oferta vinculante de R$ 250 milhões, mas o empresário envolvido não deve entrar na disputa aberta por entender que a diretoria paranista já escolheu para quem quer vender a SAF.
O investimento da SAF do Paraná Clube
- valor mínimo: R$ 212 milhões
- R$ 42 milhões para dívidas com a Receita Federal do Brasil e o Banco Central do Brasil (Bacen)
- R$ 10 milhões para a construção de Centro de Treinamento na sub-sede do Boqueirão (até 2028)
- R$ 60 milhões para a Vila Capanema
- R$ 10 milhões anuais para o futebol (sem divisão)
- R$ 21,9 milhões (Série D)
- R$ 28 milhões (Série C)
- R$ 46,8 milhões (Série B)
- R$ 85 milhões (Série A)
Paraná Clube tem prejuízo de R$ 8,4 milhões em 2024
De acordo com o balanço financeiro, o Paraná teve prejuízo de R$ 8,4 milhões no ano passado. O clube disputou apenas a Segundona do Campeonato Paranaense, competição vai jogar novamente em 2026 após a queda neste ano.
Já a dívida total subiu de R$ 162,7 milhões para R$ 171,6 milhões.